Antes de mais nada, se você está descobrindo a podolatria, saiba que chegou no lugar certo! Modéstia à parte, a Xplastic é um paraíso da podolatria (ou seria um “péraiso”? Rsrs desculpem…). O fetiche por pezinhos está na nossa essência e faz parte de quase tudo o que é produzido aqui: ensaios, textos do blog, entrevistas e, claro, filmes pornô. Por aqui você desfruta até de uma série dedicada somente aos pezinhos, a Lov*Feet.

Para a sorte dos tarados e taradas por pés, a podolatria é um fetiche muito popular e um dos mais socialmente aceitos. Ele está em todo o lugar: na literatura, no cinema (alô, Tarantino) e nas redes sociais (em TODAS elas). Este post surgiu porque achamos que tema merece um post mais extenso abordando os diversos aspectos desse fetiche.

Abuso não é fetiche

Enfim, como tudo o que envolve sexo, infelizmente o fetiche da podolatria também acaba sendo alvo de abusadores. O termo “podolatria mirim” infelizmente é uma busca popular na internet, para escrever essa matéria acabei me esbarrando em um desses sites. Aliás, sequer existe o fetiche da podolatria mirim, porque o nome de atividades sexuais com pessoas incapazes de consentir não é fetiche: é estupro. É crime. Caso você veja algum desses materiais, denuncie para o MPF ou através do Safernet.

Agora sim, podemos começar.

O que é podolatria?

Mila Spook e Barbara Inked falam sobre podolatria e footjob

Podolatria à primeira vista é algo muito simples: é o fetiche por pés. Homens e mulheres podem ser podólatras, mas o fetiche é mais comum entre homens. Existe uma boa parcela de praticantes de podolatria lésbica. Existe também uma parcela menor de adoradores de pés masculinos, mas enfim: os pés mais adorados são definitivamente os das mulheres.

Apesar de simples, a podolatria tem muitas possibilidades. Pode envolver ações que não estão relacionados ao BDSM, como beijar, massagear e chupar os pés. Entretanto, também pode estar associada à dor e humilhação, como idolatrar os pés de maneira submissa e ser pisoteado

O interesse pela podolatria pode residir em características diversas dos pezinhos, como sua delicadeza (ou indelicadeza), tamanho, formato, dedos, aparência das unhas, acessórios, como anéis e tornozeleiras, tatuagens nos pés, cheiro (inclusive chulé). Alguns podólatras curtem sapatos de salto pesadíssimos, mas outros preferem chinelos, ou ainda pés descalços. Alguns vão mais fundo e curtem ser pisoteados ou fazer e receber cócegas nos pés. E, claro, há os que gostam de tudo!

O diabo está nos detalhes

De fato os podólatras são fetichistas detalhistas. Enquanto o mundo todo está interessado em bundas e peitos, os podólatras estão olhando mais para baixo. Assim sendo, o sexo para os podólatras, de forma semelhante como ocorre em outros fetiches, pode ser simplesmente uma sessão de adoração de pezinhos. Aliás, a interação com os pés desconhece limites, falaremos mais adiante sobre as diversas práticas da podolatria.

Qual é o fetiche mais comum? Ela mesma

homem de máscara com dois pés na boca.
A submissão é um dos fatores da podolatria. P.S.: será que os podólatras ficam chateados com fotos em preto e branco por não saberem as cores dos esmaltes?

Primeiramente, é bom deixar claro que definir qual é o fetiche mais popular do mundo inteiro é bem complicado. Além das dificuldades logísticas óbvias para realizar uma pesquisa dessa magnitude, envolve também o conceito de fetiche, assunto sobre o qual falamos de forma super completa aqui neste outro post. No entanto, alguns dados apontam que o fetiche mais comum é ela mesma, a podolatria. Esta pesquisa de 2007 verificou através de perfis online que os interessados por pés correspondem a 47% do total de fetichistas que curtem partes do corpo. Isto é, dentro do amplo universo dos fetiches, a podolatria é bem representativa.

Justin Lehmiller, psicólogo do renomado Kinsey Institute, coletou dados sobre podolatria para o livro “Tell Me What You Want”. Na pesquisa dele, uma a cada sete pessoas relatou já ter fantasiado com situações envolvendo pés. Contudo, diz Lehmiller, essas pessoas não são necessariamente podólatras: podem apenas ter fantasiado de forma esporádica. Dos participantes, 18% dos homens heterossexuais já haviam fantasiado sobre pés, em comparação com 5% de mulheres heterossexuais. Entre homens gays ou bissexuais, foram 21% e entre mulheres lésbicas ou bissexuais, 11%.

Categorias pornô de podolatria mais populares

O site de Pornhub costuma publicar análises sobre as buscas e a audiência da pornografia. Este insight mostra que as buscas mais populares de vídeos de podolatria são footjob (punheta com o pé), adoração dos pés, fetiche por pés, podolatria lésbica e foot joi (acrônimo para jerk off instructions, ou seja, punheta guiada com os pés).

Manda foto do pezinho

meme foto do pezinho
Todo mês a mesma coisa

Quem usa redes sociais com frequência provavelmente já percebeu que a podolatria é muito comum e está em todo lugar. Uma enxurrada de pedidos de “foto do pezinho” chega aleatoriamente às caixas de mensagens de mulheres, mesmo daquelas que não trabalham com conteúdos adultos. Aliás, as súplicas são tão comuns que viraram até meme.

A podolatria é um fetiche que escapa facilmente do caráter sexual, afinal fotos e vídeos de pés raramente são entendidos como pornografia pelos algoritmos das redes sociais. A chance de ter uma conta de podolatria censurada é pequena, apesar de existir. Assim sendo, a percepção sobre a quantidade de podolatria na internet acaba inflada em comparação com os outros tipos de práticas sexuais. 

Como ganhar dinheiro com os pés?

miss feet
Nicole Puzzi, apresentadora do Pornolândia e Morena Rosa, vencedora do Miss Feet

E por falar em “pack do pezinho”, é possível ganhar a vida com o suor dos próprios pés? É sim e de muitas formas! Afinal de contas, a vantagem da podolatria em comparação com outros trabalhos do mercado adulto é que ela permite tranquilamente o anonimato. É por isso que diversas musas feet bem-sucedidas nunca precisaram mostrar o rosto. 

Uma das formas de trabalhar com podolatria é cobrando por sessões, como faz a miss feet Morena Rosa. Nesta entrevista para o Pornolândia, ela contou que sempre teve muita vontade de ter os pés beijados, mas que se sentia culpada sobre esse desejo. Tudo mudou no dia em que ela, que curte mais mulheres do que homens, foi levada a um bar fetichista por uma ex-namorada. Sua carreira foi progredindo até ser premiada no Miss Feet, concurso que escolhe os pezinhos mais bonitos e talentosos. Abaixo, ela conta como funciona sua sessão:

Descobrindo a podolatria numa sessão de foot worship

A minha sessão, basicamente, sou eu quem mando! Mesmo se for podolatria, eu que mando. Ele vai chegar, ele vai beijar do jeito que eu quero, ele vai cheirar meu pé do jeito que eu quero. Se eu não quiser que ele pegue meu pé, ele não vai pegar, se eu quiser que ele só olhe, ele só vai olhar até eu decidir a hora que ele põe a mão, beije, põe a boca, faz o que eu quero, não o que ele quer. Eu que decido. Se é uma hora de trampling, sou eu que decido se vai ser forte ou se vai ser fraco. Trampling é o ato de pisar, né? Porém, sempre na regrinha SSC: são, seguro e consciente. Então, sempre tem que ter conversado um com o outro para não acontecer nenhum acidente.

Morena Rosa, vencedora do Miss Feet

Como ganhar dinheiro em casa com podolatria?

Isabella Martins exibindo suas botas, meias e, claro, os pezinhos

Se você é você é do tipo que prefere home office em vez de trabalhos presenciais, saiba que o mercado podólatra também tem opções para você. É possível fazer uma grana de diversas formas, por exemplo: vendendo fotinhos dos seus pés através de perfis nas redes sociais, criando vídeos para plataformas como Youtube ou sites de pornografia, ou com assinaturas de canais no OnlyFans, opção que vem crescendo. Nele, através de um valor fixo, os assinantes têm acesso a conteúdos exclusivos. 

A forma mais comum de ganhar dinheiro com a venda de fotos é produzindo materiais personalizados para os compradores. As requisições são variadas, podem ser mais básicas, como mostrar as unhas do pé de uma determinada cor, mas podem ser bem específicas (eu juro que conheço a história de um podólatra que curte vídeos de notebooks sendo pisoteados).

Seleção de pezinhos lindos para seguir

anna kali pezinhos
Anna Kali – https://www.instagram.com/domina.annakali.feet/.
Quem curte a podolatria mais voltada para o BDSM vai adorar o perfil da dominatrix Anna Kali.  Suas fotos transbordam poder e dominação. Ela já contou sobre seus fetiches preferidos e sobre suas tendências sádicas aqui neste post.
emanuelly raquel
Emanuelly Raquel – https://www.instagram.com/emanuellyraquel_oficial
A Emanuelly Raquel é um verdadeiro sonho para os podólatras nerds. Ela é uma gostosa especialista em cosplays e volta e meia seus pezinhos são protagonistas de suas exibições na internet. Selecionamos os melhores momentos de podolatria com a Emanuelly Raquel neste post
lady snow
Lady Snow – https://www.instagram.com/ladysnowbr/
quem curte um olhar fatal, pezinhos com dedos compridos e bondage vai se amarrar (rsrs) na Lady Snow. Ela já atendeu a pedidos neste filme, onde realizou uma sessão de podolatria maravilhosa.
mel fire pezinhos
Mel Firehttps://www.instagram.com/melfire.oficial/
Uma das atrizes pornô mais famosas do Brasil é também dona de um dos mais belos pezinhos tatuados. E ela faz questão de usá-los, como neste vídeo em que ela recebeu uma sessão de foot worship e fez um footjob peladinha. 
nittie pezinhos
Pit Magrin – https://www.instagram.com/pitmagrin/
Ela tem um visual super alternativo, é toda tatuada da cabeça aos pés. Aliás, por falar em pés, essa musa já mostrou todo o talento podólatra que possui aqui neste vídeo.
pocahontas pezinhos
Pocahontas – https://www.instagram.com/pocahontasprive/
Podólatras que amam mulheres poderosas vão se encantar com a Pocahontas. Ela é uma das camgirls mais populares do Brasil e volta e meia produz materiais mostrando seus pezinhos. É possível ver alguns vídeos exclusivos dela, saiba como neste post.

A podolatria tem origem na infância?

A causa de um determinado fetiche pode envolver diversos acontecimentos que variam de pessoa para pessoa. Nesta reportagem super aprofundada sobre a comunidade de podolatria em Miami, são abordadas algumas questões relacionadas às origens desse fetiche na infância, fase em que é comum aparecerem os primeiros sinais.

Na matéria, Dulcinea Pitagora, terapeuta sexual, explica que os cérebros das crianças não pensam o sexo como sendo realmente sexo. Entretanto, nossas primeiras experiências vão formando um “mapa do amor”, algo como um modelo que vai pautar nossos relacionamentos e desejos. Conforme as pessoas crescem e seus cérebros se desenvolvem, memórias, contexto e emoções são adicionadas a essas impressões. Cada vez que nosso cérebro resgata essas memórias, elas vêm “embaladas” de uma forma diferente, então, a partir da puberdade, podemos adicionar a elas sexualidade, experiência e identidade, criando novos significados. Assim sendo, situações semelhantes a essas memórias podem se tornar profundamente eróticas com o passar dos anos.  

De fato, muitos relatos de podólatras envolvem lembranças da infância. Eles se recordam do fascínio que sentiam pelos pés de suas mães, de outras mulheres da família ou do círculo social próximo. Isso comumente ocorre muito antes da puberdade; as histórias mencionam situações mais ou menos a partir dos quatro anos de idade. Muitos se lembram de observar as mães com os pés para cima após um dia cansativo, enquanto outros recordam do quanto gostavam de ficar debaixo da mesa explorando os pés das pessoas.

Palavra de especialista

pés brancos, unhas decoradas e coloridas.
Um é pouco, dois é ménage, três é gangbang

Dr. Brenda Love, na publicação Encyclopedia of Unusual Sex Practices, fala sobre o aspecto da infância na podolatria:

Existem muitas razões pelas quais os pés podem ser excitantes. Pés são comumente a primeira parte da mãe ou do pai que um bebê toca. Os pais costumam brincar com os filhos puxando seus pés ou deixando que eles subam neles. Outro aspecto envolvido na atração sexual por pés é que os objetos de desejo sempre possuem um obstáculo ou barreira e os pés muitas vezes são menos acessíveis do que os genitais. Além disso, os pés são menos ameaçadores para aqueles que têm dificuldades relacionadas aos genitais, pois não envolvem exigências por performances sexuais perfeitas.

Brenda Love

Os pés são associados aos genitais?

podolatria lésbica
Cena do filme Dolls, da KillPornStars

Outra afirmação que frequentemente lemos em textos sobre podolatria é que os praticantes associam os pés às zonas erógenas, como bunda ou genitais. Pode parecer piada, mas Freud postulou que o desejo por pés é causado por uma associação inconsciente com o pênis. Estudos mais recentes apontam que o pai da psicanálise não estava viajando totalmente sobre a questão…  

O neurocirurgião Wilder Penfield estabeleceu nos anos 1950 o “mapa da imagem corporal” (conhecido como o homúnculo Penfield), que descobriu que as sensações no corpo se correlacionam diretamente com estímulos em várias partes do cérebro. A percepção sensorial de nossos pés está localizada muito próxima à área de percepção sensorial de nossos órgãos genitais, o que pode ser uma pista sobre a origem do tesão por pés.   

Em um artigo, a acadêmica Catherine Lumby analisou algumas considerações do escritor Georges Bataille sobre nossa atração por pés. Em suma: os pés nos conectam ao nosso senso de humanidade, nosso dedão proeminente nos permite andar em duas pernas e sem ele ficamos mais perto do animal. Nossa atração pelos saltos e unhas bem feitas seria um sinal ainda mais forte do nosso fetiche pela pós-modernidade, afinal exige pavimentos planos e dedicação estética, além de dinheiro. Tudo isso forma a figura  perfeita de uma mulher dominante do século XXI.

Veja também

Pessoas com pés amputados podem virar podólatras?

Um neurologista chamado Vilayanaur Ramachandran fez descobertas através de um estudo com pessoas que tiveram seus pés amputados. Algumas vítimas de amputação desenvolvem a “síndrome do membro amputado”, na qual o cérebro ainda evoca sensações, como dor ou coceira, relacionadas às partes do corpo que não existem mais. O cérebro simplesmente falha em apagar o pé “perdido” do mapa corporal e em alguns casos ele reestrutura esse mapa, tornando o pé fantasma uma fonte de desejo sexual. Alguns chegam a sentir orgasmos no local do pé amputado.

No entanto esse “troca-troca” cerebral pode acontecer em pessoas sem amputações, o que seria uma possível explicação para a podolatria. Muitos podólatras relatam que para eles a sola dos pés é como a bunda, os sapatos seriam a vagina e assim por diante. Parece loucura, mas quando falamos das vastas possibilidades da sexualidade, julgar é uma ação que não encontra muito terreno fértil…

Gostar de pés é um problema?

podolatria lésbica
Se a primeira coisa que você vê nessa imagem é um pezinho, tenho uma notícia pra você… Cena do filme Entre Amigos

As pessoas que realmente curtem pés podem sofrer com a sensação de culpa e inadequação em relação a seu fetiche. Aliás, isso ocorre com tudo o que diz respeito às práticas sexuais que não são consideradas normais. Sentir-se atraído por coisas fora do comum e gostar de transar de uma forma diferente é sempre um processo complexo, porque os fetichistas acabam sendo vítimas de preconceito e de uma carga emocional construída à base de muito tabu dirigido ao sexo.

Entretanto, com um certo trabalho de autoconhecimento, é possível fazer as pazes com a podolatria. Para evitar repetições, não vamos abordar aqui as definições de parafilia e distúrbios parafílicos, pois já falamos muito sobre elas em nosso texto pilar sobre fetiche sexual. Em resumo, é importante estar atento a sinais como impulsos muito fortes e constantes de realizar o fetiche, que atrapalham outras esferas da vida.

Se você se sente impelido a satisfazer seus desejos podólatras sem que a outra pessoa esteja envolvida com você, ou seja, com desconhecidos, pessoas na rua ou pessoas próximas em situações não sexuais, você precisa pensar sobre a questão e procurar um bom profissional de saúde especializado em sexualidade. 

Como encontrar mulheres que gostam de podolatria?

Nas produções da Xplastic não faltam mulheres que gostam de podolatria

Para a sorte dos podólatras, esse fetiche não é tão extremo a ponto de dificultar a busca de uma parceira que curta ter você aos pés dela. No entanto, é bem comum que algumas pessoas ainda associem os pés a algo feio e sujo — isso pode criar uma grande inibição e fazer com que a parceira não goste de ser tocada nessa área. 

Primeiramente, você terá que ir com calma, pense que é preciso garantir acessos mais básicos aos pezinhos, sem necessariamente haver uma conotação sexual. Pode ser uma boa ideia elogiar os pés, reparar quando ela pintar as unhas ou hidratar os pés, elogiar os sapatos, fazer uma massagem relaxante quando ela estiver cansada… Você pode começar pelos tornozelos antes de ir direto aos pezinhos.

Por fim, para conseguir inserir de vez a podolatria na sua vida sexual, é necessário sentir o terreno e ter paciência. Se ela ainda não se sente confortável em ter os pés tocados, que tal fazer esses toques junto com o sexo oral? Às vezes a inibição pode ser meramente cócegas, então que tal começar tocando partes menos sensíveis dos pés, como o calcanhar e peito do pé?

Se você curte práticas mais extremas de podolatria, como trampling, o mais indicado é procurar mulheres que curtam dominar. Um primeiro passo que pode ser dado é pedir para ela fazer uma massagem nas suas costas com os pés. Aí você pode pedir para ela soltar o peso do corpo e sentir se ela está curtindo. 

Veja também

Todo podólatra é submisso?

Mulher submissa fazendo foot worship? Temos! Veja acima

A resposta é não. Apesar de ter características bastante associadas à submissão, nem todos os apaixonados por pés são submissos. Para os podólatras que curtem submissão, as brincadeiras prediletas podem ter ordens mais severas, além de acessórios como coleiras, chicote e o uso de bondage e shibari enquanto fazem o foot worship, ou seja, adoração dos pés. Outra cena comum desse fetiche é quando a dominadora pede para que o submisso coloque ou tire seus sapatos (eu realmente entendo essa parte, a tarefa é muito chata para se fazer sozinha). 

Há diversos podólatras que não são submissos. Se você assistir aos filmes dos Black Brothers, por exemplo, verá diversas cenas onde os pezinhos são longamente adorados. A combinação é inusitada, pois envolve machos alfa em gangbangs beijando e lambendo pés. Além disso, os homens que não são submissos e curtem podolatria costumam gostar da prática “cum on feet” (gozada nos pés). É uma forma de demonstrar masculinidade diante do objeto de adoração. Enfim, o tesão está justamente nessa combinação entre opostos. 

No entanto, se você não se encaixa em nenhuma dessas descrições, ou se encaixa em mais de uma, não se preocupe. Você não precisa de rótulos para viver plenamente sua sexualidade! É perfeitamente possível ser baunilha, ou seja, não praticante de BDSM, e curtir podolatria. Além disso, suas práticas sexuais favoritas podem variar e fluir. Afinal, às vezes curtimos intensamente um fetiche, depois a “fissura” passa e começamos a nos interessar por outras formas de sexo. 

Fetiches associados à podolatria

podolatria lésbica
Pros podos que gostam de mulher, eis as duas melhores coisas do mundo. Cena do filme Brancas Como Leite

De fato, a podolatria é bem estabelecida dentro da comunidade fetichista, de forma que alguns subgêneros da prática possuem nomes próprios e comunidades bem estabelecidas dentro e fora da internet. Abaixo, você encontra uma listinha dos fetiches mais comuns associados à podolatria. 

Boot fetish ou boot worship

podólatra submisso
Nem todo podólatra é capacho, mas se a dona dos pés quiser… Cena de Tons do BDSM

A adoração de botas é um dos nichos da podolatria mais explorados por homens que curtem outros homens. É comum encontrar cenas de adoração de coturnos masculinos, bastante associados à dominação. Os que preferem mulheres têm fixação por botas de cano alto e saltos. É uma das facetas do fetiche por sapatos, que detalhamos neste outro post aqui. Uma prática que vêm ganhando destaque na pornografia gay é o sneaker fetish (fetiche por tênis).

Crush

A palavra em inglês para “esmagamento” é usada para descrever o ato de pisotear objetos com o pé. A vibe do submisso está em se imaginar no lugar do objeto esmagado, ou fantasiar com a força que aqueles pés transmitem ao pisar. Aqui vale lembrar da distinção entre crime e fetiche, afinal a prática de crush infelizmente é associada a maus-tratos animais.

Foot odor

O foco são odores dos pés, que podem ser agradáveis ou não. A prática mais comum envolve o cheiro moderado de suor dos pés ou até mesmo o chulé (falamos sobre esse tesão específico aqui). Outra preferência comum é por meias usadas.

Footjob

Acima, os pezinhos lindos da Petit Paradis se metem em altas aventuras

A punheta com os pés (também conhecida como “pénheta”), apesar de ser um subgênero da podolatria, também é praticada por pessoas que não são fetichistas. Afinal, é uma forma de variar a prática sexual. Aqui neste post falamos sobre como fazer e também da possibilidade de estimular a vagina com os pés.

Tickling

Xgirl Nittie
Os pezinhos da Nittie assim como como vieram ao mundo

A prática sexual de cócegas pode estar associada à podolatria, mas também ao masoquismo. Existem muitos materiais na categoria tickling feet em que são feitas cócegas nos pés com as mãos ou objetos. Aliás, as cócegas podem ser feitas de forma relaxante ou torturante. O fetiche foi alvo de alguns acontecimentos bizarros envolvendo competições de cócegas entre homens nos Estados Unidos. O caso foi retratado no documentário Tickled. 

Trampling

mistress charlotte
Mistress Charlotte, especialista em pisar

Como já mencionamos antes neste texto, o trampling é o fetiche por ser pisoteado. É uma das cenas de podolatria mais comuns em bares e baladas: mulheres frequentemente são convidadas para pisar em algum fetichista nesses lugares. Existem versões mais amenas da prática, que não incluem saltos, mas a preferência por ser pisado por saltos pontiagudos é bem difundida.

Pedal pumping

O fetiche mais inusitado dessa lista é geralmente feito com mulheres pisando em pedais de carros e de pianos. A vibe está em admirar os pés de salto, chinelo ou descalços fazendo movimentos que podem lembrar a penetração ou masturbação. Alguns enredos dos vídeos de pedal pumping incluem situações de problemas técnicos com o carro, enquanto outros dão destaque para carros esportivos, misturando o fetiche da podolatria com a mecanofilia.

Conclusão sobre podolatria

pezinhos bruna
Espero que quem veio aqui pra ver pé bonito não tenha ficado chateado com o textão. Xgirl: Bruna In Reverse

A podolatria é um fetiche fascinante. Ao mesmo tempo em que se volta a uma parte do corpo considerada suja, a enxerga de forma sublime — mesmo em suas formas mais grotescas, como o chulé. Assim como ocorre com outros fetiches, quem está descobrindo a podolatria pode enfrentar alguns perCalços (último trocadilho do texto, juro). No entanto, o conhecimento sobre as práticas sexuais é a base para conseguir colocar em prática os desejos mais incomuns de forma segura. Com este texto tentamos, nem que seja um pouquinho, ajudar com essas questões.

Por fim, uma das coisas mais incríveis sobre a podolatria são as possibilidades de criar conteúdos a partir dela. Não importa quais sejam suas inseguranças em relação à aparência: sempre haverá alguém que pode curtir seus pés (e talvez implorar pra você mandar a foto do pezinho).