Black Brothers no Pornolândia

Neste episódio Nicole Puzzi entrevista André Garcia, diretor e ator pornô, e Nego Catra, ator pornô. No episódio 6 da quinta temporada de Pornolândia. Eles conversam sobre a gang bang dos Black Brothers, sobre premiações no pornô, preconceito nas produções e claro, muito prazer. Uma conversa excitante que você poderá ler na transcrição a seguir, ou assistir diretamente no Canal Brasil na Globoplay

André García e Nego Catra careegando Nicole Puzzi no programa Pornolândia

Nicole Puzzi: Sexo interracial é uma das palavras mais buscadas na internet. E a melhor resposta para essa busca são os Black Brothers. Liderados por ex-paraquedista do exército, esse grupo de rapazes bem humorados está sacudindo a pornografia brasileira. Depois do papo animado com os Black Brothers, vamos terminar a noite com a nossa xgirl sempre transgressora.

A origem

Ai, nossa, eu tô assim com um calor, não sei porquê. Talvez seja porque, pensei que pode ser por causa dos Black Brothers. É meninos, é uma coisa boa de se ver. Bom, deixa eu começar, porque eu tô meio sem jeito. André, você é o criador e diretor, não é isso, dos Black Brothers? Aí, mas eu tenho uma dificuldade para falar inglês, ainda mais que eu tô assim nervosa, né. De onde veio essa ideia?

André Garcia: Ah, o Black Brothers sempre foi a minha história de vida, né. Na minha adolescência, nas noites cariocas, eu sempre tive meu grupo de amigos Black Brothers.

NP: Uhum.

André Garcia: A gente saía, curtia e aproveitava. Mas, quando eu comecei no pornô, nos anos 2000, sem querer levantar bandeira nenhuma, rolava muito preconceito. Tinha filme que simplesmente um negro não podia participar. Porque era para um determinado local do mundo, eles não queriam negros, né. Parecia que a gente era uma cota que tinha que ter no pornô.

Aí simplesmente, acredito que em 2002 ou 2003, estourou o interracial na gringa. Aí tudo se reverteu. Nós negros que éramos poucos, acabamos ficando em evidência. Eram os que mais gravavam, porque era o interracial que tava rolando, era o que tava na moda.

NP: É, né, então… as pessoas demoraram pra descobrir, né, Nego Catra?

Nego Catra: É, é isso.

NP: Gente, olha a voz…

Nego Catra: Toda linda e maravilhosa, olha o sorriso.

A Gang Bang

NP: Eu li que vocês estão famosos por fazerem as melhores… como é que fala… gang bang? O que que é o gang bang?

AG: É a especialidade da casa, não é?

NC: Ah, sinceramente, não é um, não são dois. Tem que ser três ou até quatro pelo menos para satisfazer uma mulher. Pra dar o prazer que ela merece, não é, André?

AG: Eu acho que, a coisa que mais fantasia os casais hoje em dia, o pessoal que curte um  swing e tal, não propriamente sendo com negro, né, mas é a mulher lá, com dois ou três caras curtindo a vontade. E acabou se tornando a nossa especialidade, né. A nossa preferência também é trabalhar com casais reais, não só atrizes.

NP: Hum… Mas com quem vocês fizeram gang bang?

AG: Os últimos foram com a Emme White e  Mari Luthay.

De paraquedas no pornô

NP: Quem foi paraquedista de vocês?

AG: ~levanta a mão~

NP: Você foi paraquedista, que legal.

AG: Fui.

NP: Que bacana. E como aconteceu essa transição de paraquedismo para “paraquedismo” né?

AG: Eu tinha duas vocações na vida, na minha adolescência: um era ser ator pornô ou ser o foda do militarismo. Influenciado ali pela pornochanchada nacional…

NP: Ah, eu fiz…

AG: Por causa sua também. Os filmes do Rambo talvez. E o mercado pornô realmente nunca foi acessível, mas procurava… não tinha internet, não tinha como você procurar ali o endereço da produtora, mandar carta, não sei. Não tinha como funcionar. Aí eu fui pro militarismo, me formei, graduei e tal.

Aí, incrivelmente, do nada, um amigo que servia comigo recebeu uma proposta pra fazer um filme aqui em São Paulo. Ele era gogoboy nas horas vagas, né. Aí ele falou que precisava mais de um cara e, pô, era tudo que eu mais queria, né. A gente pegou uma folga do exército, era tipo 7 de setembro, a gente pegou uma dispensa de três dias. Isso foi suficiente pra gente vir aqui pra São Paulo, pra  gente gravar e os produtores se apaixonaram, né. Eu, simplesmente, fiz a troca e tô aqui em paz…

NC: Que troca hein, cara, que troca…

Nego Catra no pornô

NP: E você, Nego Catra, como que começou na, assim…

NC: No mundo erótico ou no Black Brothers?

NP: No mundo erótico e no Black Brothers.

NC: Eu era bancário antes de entrar no mundo erótico.

AG: Super sério ele, né.

NC: Eu era bancário. E o engraçado é que atrás do banco, a galera ia fazer exame lá. Aí sempre passava alguns atores, passava o Rogê, passava outros.  E eu comecei trabalhar na financeira, de laranjinha, ficava na rua ali com o promotor. Aí depois eu fui pro banco. Aí o Rogê passou, eu sempre abordava ele “vamos fazer o cartão? Vamos fazer o cartão?”, aqueles caras chatos “Eai, vamos fazer o cartão? Vamos fazer o cartão?”. Aí o Rogê falou “Nego”, fiz mó amizade, ele falou “Nego, você nunca pensou em tal?”. Aí eu falei “ah, sei lá, vamo que vamo”. Aí eu fui numa gravadora pra fazer o teste e tal, aí não foi fácil.

Não é fácil. Aí eu passei e fui tentando fazer uns trabalhos, fui fazendo e fui fazendo nessa… foi aí que eu conheci esse maravilhoso cara (aponta para o André). Nos tornamos amigos, que eu gosto muito dele, eu considero como um bom amigo, meu amigo. E ele lançou o Black Brothers e me convidou. Aí eu falei “porra, do caramba seria o Black Brothers”. Ele falou “Negão, só vai ser chibata africana”. Eu falei “demorou, só vai ser chibata africana”.

NP: Uuuiii

André García e Nego Catra careegando Nicole Puzzi no programa Pornolândia

A gente faz com prazer

NC: Só vai ser chibata africana. Eu falei “domorou então”. E eu tenho mó orgulho de participar do Black Brothers. É… são amigos de verdade.

AG: Pode crê.

NC: A gente faz com prazer. A gente tenta mostrar pra galera do outro lado que a gente tá fazendo com prazer. A gente tenta mostrar a realidade pro público se excitar mesmo, pra eles falarem “eu quero ver aquele filme, quero ver o negão pegando aquela mina”.

Talento de ator

NP: E você, Nego Catra, você disse que você é um ótimo ator. É isso? Que você tem talento como ator.

NC: É, assim, eu vou ser bem sincero com você. O mundo pornô me mostrou, meu abriu muitas portas. E agora que o Sexy Hot produções, eles estão fazendo filmes, não só que mostram.. não filmes de só sexo. Agora são filmes que têm história.

NP: Legal. É bom isso, tá voltando, eu acredito, que o início do pornô em 80 aqui no Brasil, que tinha uma história. Eu acho isso maravilhoso.

NC: Isso, isso. Isso que tá faltando.

NP: Você ganhou o prêmio Sexy Hot, não é isso?

AG: Sim, sim.

Prêmio Sexy Hot

NP: E como é que um diretor faz pra ganhar assim o “Oscar” do cinema pornô?

AG:  Ah, começa com uma boa seleção de elenco, né. (Aponta para Catra) Cercar as figuras certas, né. Por sorte, peguei uma equipe que realmente trabalha, porque ama aquilo. Elisa Sanches, Petrova, Capoeira, o Catra, entendeu? Aí foi química pura o filme. No dia até que eu preparei o neto, falei pra eles, até brinquei “se a gente ganhar alguma coisa, eu vou pagar o rodízio”.

NC: É verdade, ele me ligou, pode crê.

AG: A minha sorte é que ninguém lembrou disso…

NC: É verdade. Ele vai pagar o rodízio, viu. É verdade, você tá ferrado, vai pagar o rodízio.

Black Brother e Nicole

NP: Agora vou fazer uma pergunta indiscreta. A apresentadora também, tudo bem pra vocês?     

Nicole Puzzi de boné e André Garcia.

AG: Pô, se for a Nicole então…

NC: Eu vou ter que falar mano… Posso falar, Brasil? Sinceramente, se fosse você, eu ia cobrir você de mel.

AG: Ó…

NP: Calma que eu tô gozando.

NC: Adorei. “Calma que eu tô gozando…”

NP: Agora eu queria saber o plano pro futuro do Black Brothers, e queria saber também como é que as pessoas fazem pra encontrar vocês.

AG: A gente tá no Sexy Hot, né, e no Safada.tv, um dos canais de lá, né. Um dos objetivos agora é se inspirar no material que você deixou pra gente. Pegar um pouco da pornochanchada e incrementar no pornô. Não ser só aquela pegada de sexo ali, né, crua. Talvez um pouco de comédia, porque afinal foi isso que me inspirou a chegar onde eu tô hoje, né.

O prazer é todo nosso

NP: Olha, eu agradeço muito a presença de vocês, mesmo. Eu adorei receber vocês.

AG: O prazer é todo meu.

NC: É, o prazer é nosso. É nosso.

NP: É todo nosso.  Muito obrigada, mesmo tá?

NC: A gente que agradece.

~eles beijam a mão de Nicole Puzzi~

NP: Agora vocês vão ficar com a xgirl, porque eu vou ficar aqui com eles…  

A nossa Xgirl

Xgirl Bruninha Fitness de pernas abertas

E este episódio termina com a arrebatadora xgirl Bruninha Fitness,  uma ruiva bem gostosa que ficou nua em um ensaio fetichista sob luz vermelha que deixa qualquer um louco.