sexo anal e bdsm

Escrever sobre algo (o BDSM) que vivo intensamente há pouco mais de seis anos deveria ser um tanto quanto simples, mas não é.

Viver é mais fácil e na verdade escrever sobre BDSM e a prática anal são um desafio e uma grande responsabilidade. Já existem cursos sobre sexo anal que dão uma boa ideia de como inicar com a prática.

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Porém, desde que iniciei minha trajetória como bottom e praticante de anal extremo, uma parte de tudo que vivo, relaciona-se a aprender, refletir, escrever, opinar, orientar, debater e ressignificar essas práticas. Na tentativa de tornar mais conhecidas as dores e as delícias de ser plenamente quem se é, porque ambas coexistem em mim.

Mas quando falo de BDSM e depois o relaciono com sexo anal especificamente, do que exatamente falo? E por que falo?


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As bases do BDSM

Escolho começar falando de algumas bases, principalmente porque tenho visto muitas distorções, displicência e negligência de alguns praticantes. Colocando aqueles que o vivem de forma séria em descrédito, disputas, e desvantagens devido ao maior número de curiosos e praticantes “de fim de semana”, que se afirmam e intitulam bdsmers, mas não são.

Não que isso nos prejudique ou nos torne vulneráveis, mas com certa frequência nos coloca em alerta, ainda mais isolados e restritos a grupos fechados. Já que neste meio as consequências de atos mal praticados e a baixa reputação de praticantes respingam em toda a comunidade, perante a opinião pública.

Ranço baunilha e outros problemas

O grande problema destes que chegam impondo regras demais, muitas vezes impregnadas de ranço baunilha, preconceito e concepções reduzidas sobre o jogo é que principalmente as práticas sexuais acabam sendo julgadas, discriminadas. Estigmatizando quem decide viver suas fantasias e prazeres de forma livre.

Já que falamos de algo libertário e deve estar acima de quaisquer julgamentos, principalmente pelos que chamamos de “fiscais do cu alheio”, ou de praticantes que não observam as questões mais básicas de segurança e respeito.

Para quem não se expõe publicamente, não há nenhum problema, mas para aqueles que, como eu, frequento eventos públicos, traz alguns incômodos, cobranças e questionamentos desnecessários. Não que me importe em responder, já que é um grande prazer discorrer sobre a minha prática, mas fato é que não preciso provar nada a ninguém, pois nada do que pratico está fora do BDSM.

E para que esse tipo de constrangimento não ocorra desnecessariamente é preciso entender melhor como tudo se encaixa.

Tentativas para definir o BDSM

BDSM é essencialmente o jogo da troca erótica de poder, que pode ou não envolver dor, submissão, dominação psicológica, sexo entre outras coisas, entre dois ou mais pares. Que comumente são denominados “Top” para o dominante e que aplica as práticas, “bottom” para dominado e que recebe as práticas. Ou Switcher (SW) que são os praticantes que se encaixam nos dois lados, e que mais adiante explicarei melhor.

Essa troca, no entanto, pode ocorrer de três maneiras basicamente, a depender do que os pares decidam como o melhor para si.

Definições importantes

TPE (total power exchange) ou entrega total de poder, onde geralmente todos os campos da vida do bottom são controlados e decididos pelo Top. Sendo que vivem ou não, sob o mesmo teto, sendo chamada de relação 24/7 (24 horas, 7 dias da semana à disposição do Top);

PPE (partial power Exchange) ou entrega parcial de poder, onde parte da vida do bottom é controlada e decidida pelo Top. E este acordo é realizado entre ambos, delineando em quais aspectos será aplicado o controle;

EPE (erotic power Exchange) ou entrega erótica de poder, onde o Top decide, controla e comanda o bottom somente durante a play ou sessão. Ou seja, o acordo serve para o momento em que estão juntos. Encerrada a sessão, não há mais troca de poder. Essas relações geralmente são chamadas de avulsas ou pontuais.

Outros arranjos dentro do BDSM

Em relação às avulsas, vale destacar que quando não são compreendidas e legitimadas dentro do BDSM, seus praticantes sofrem preconceitos. Em virtude de serem considerados, por determinadas pessoas pouco esclarecidas, “menos” bdsmers do que os demais, assim como a relação 24/7 se “superaria” em relação às outras formas.

No entanto, todas têm igual valor e se vividas com respeito, entrega, responsabilidade e hierarquia todas são perfeitamente gratificantes.

Cada um vive do modo que pode, consegue e se encaixa. Nem todos podem assumi-lo plenamente como “lifestyle” e isso não o descaracteriza.

Alguns o vivem como “second life”, como é o meu caso e da mesma forma, o fazem com total responsabilidade e compromisso.

Importante é que haja respeito, transparência e concordância de todos os envolvidos, inclusive se houver parceiros em relações externas ao BDSM (relações baunilhas). Já que ele também não pressupõe relações monogâmicas, o que frequentemente, causa outros tantos equívocos e distorções.

Liturgia e outras regras

BDSM tem ainda bases fundamentais e protocolos ou liturgia, como é chamada no Brasil e não é minha pretensão fazer crer que estas são verdades absolutas. Porém, dentro do que vivo é como percebo conceitos básicos, necessários à sua compreensão.

Ainda que seja uma cultura influenciada pelos seus praticantes – sujeitos singulares e subjetivos, por avanços tecnológicos e pela sociedade em geral, ainda assim mantém sua forma. Não obstante alguns saudosistas (old school) digam que não, em função da abertura do meio após o advento “50 tons” (new generation), concepções estas das quais discordo.

O acrônimo “BDSM”, de forma bastante simplificada repito, é a tradução dada para um conjunto de signos, significados, práticas e comportamentos da troca erótica de poder. Que englobam o Bondage (restrições com cordas ou outros), a Disciplina, as relações de Dominação x submissão e o Sadomasoquismo (prazer em aplicar ou receber dor).

Protocolos e liturgia

Os protocolos ou liturgia se aplicam às relações em menor grau, mas mais diretamente à comunidade. Todo evento, ambiente, confraria, grupos específicos, geralmente adotam um conjunto de regras para que tenha um funcionamento dentro das suas premissas e bases.

Como não pretendo me aprofundar neles, pois são variáveis e se aplicam a cada contexto, explico apenas o que considero mais importante: devem ser respeitados de acordo com cada lugar, momento e especificidade. Uma vez que servem primordialmente para que um grupo de pessoas seja reconhecido como BDSM, identificado e tratado como tal.

Fato é que nas relações pessoais, as regras são mais ou menos flexíveis, de acordo com a vontade de quem conduz a relação, e tem sua principal aplicação na negociação (momento prévio à relação, ou a uma prática eventual). Etapa essencial para que se estabeleça o escopo e os limites para a troca de poder e durante a relação, para que os comportamentos e obrigações de parte a parte sejam definidos e cumpridos.

Portanto, nas relações que sempre vivenciei, as regras foram determinadas em função dos desejos de quem conduz. Sendo em todas elas, incluídas as práticas anais, uma vez que se tratam do prazer absoluto dos envolvidos.

Fundamentos para as melhores práticas

Já em relação às bases fundamentais do BDSM, considero como principais, as descritas a seguir e que o caracterizam como tal, legítimo e não abuso.

Consensualidade – a mais primordial delas. O BDSM é um jogo, uma vivência onde dois ou mais aceitam de comum acordo experimentar as práticas, as relações, pautadas nas regras e limites dos jogadores. Se não há consensualidade, não é BDSM.

Neste ponto, faço um adendo para momentos em que um ou mais participantes estão sob efeito do álcool ou substâncias psicoativas, ou sob algum tipo de alteração da consciência.

Consensual e seguro

Só dá consensualidade aquele que está plenamente consciente e pode assumir as responsabilidades daquilo que aceita, concede. Ainda que a consensualidade seja prévia, no momento da prática, é preciso estar totalmente consciente para que não haja riscos aos praticantes.

Hierarquia – O jogo tem posições definidas, e é preciso reconhecê-las e respeitá-las.

Aqui não se trata de fulano ser melhor do que beltrano, e sim de compreender que Top (aquele que comanda ou aplica a prática) está acima de bottom (aquele que é comandado ou recebe as práticas). E que SW está numa posição intermediária, já que aplica e recebe as práticas, e pode dominar e ser dominado, em momentos distintos.

Definindo alguns papéis

SW estará acima de bottom quando domina e aplica uma prática, e estará abaixo de Top quando se submete ou recebe uma prática.

Bottom está na posição inferior, porém vale destacar que ele é quem tem a prerrogativa de entregar sua submissão. Escolhe a quem servir e isso deve conquistado e não algo que surge espontaneamente por pura vontade do top.

Assim, se a hierarquia não é compreendida, respeitada e seguida, dificilmente teremos relações equilibradas. E mais difícil ainda, o reconhecimento das diferentes formas de como as relações se desenvolvem.

Subcategorias no BDSM

Dentro de cada posição existem diferentes desejos, prazeres, personalidades e vivências, que incidirão nas práticas aplicadas. Top pode ser dominante, sádico, spanker, rigger, fister (quem pratica o Fist Fuck), etc.

Bottom pode ser submisso, masoquista, spankee, dorei ou rope bunny, fistee, etc.

Alguns de nós temos mais de uma habilidade e interesses, porém sempre dentro da mesma posição de Top ou Bottom. Apenas o SW navega nas duas posições de acordo com a interação vivida.

E como ficam os fetichistas?

Fetichistas, abro um delicado parêntese, são aqueles que vivenciam o prazer a partir de um objeto ou parte do corpo (pés ou outras partes do corpo, lingerie, couro, cor de cabelo, tipo físico, etc.) e não necessariamente se enquadram em nenhuma posição hierárquica.

Não há nenhum demérito em ser fetichista, porém, não se pode traduzir essencialmente fetiche por BDSM.

Assim temos que todo BDSMER é fetichista, mas nem todo fetichista é BDSMER. Pois o seu prazer não está diretamente relacionado à dominação ou submissão, ou à dor e disciplina e sim a algum objeto ou parte do corpo, que agrega prazer.

Sadomasoquismo

E em relação ao Sadomasoquismo, também assume uma dinâmica um pouco diferente que nem sempre se pauta por dominação x submissão.

Entre sádicos e masoquistas pode haver certa linearidade, pois o que conduz a vivência e a prática é a dor, e não necessariamente a hierarquia.

Todavia existem os acordos de cada dupla e, via de regra, o sádico se impõe ao masoquista.

Dentre as práticas mais comuns temos as restrições com cordas ou outros (bondage, shibari e suspensão), spanking (tapas) ou impact play (chicotes, floggers, talas, canes, cinto, paddles, etc), wax play (velas), torturas corporais (clamps ou punições como branding, escarificação). Privações de prazer, controle e disciplina, chuvas, privações de sentido, humilhações, objetificação, perfurações com agulhas (needle play), práticas com fogo (fire play), etc.

Nome aos bois

Segurança – base indispensável e que pode variar em função da responsabilidade ser mais ou menos compartilhada. A mais conhecida é o

SSC – são, seguro e consensual, e embora alguns afirmem que não há prática 100% segura, há condições de minimização dos riscos. Nessa base, a principal responsabilidade é do Top. Ele é quem deve assegurar a segurança, no entanto, bottom não se isenta da responsabilidade a meu ver.

E esses riscos podem ser mitigados a partir de muito conhecimento, estudo das práticas, treino, técnicas, experiência e negociação de ambos.

No SSC é utilizada a palavra de segurança (safeword), que embora deva ser usada com responsabilidade, garante que a prática seja suspensa a qualquer momento, basta que a safe seja dita.

Portanto, é preciso que esse acordo seja respeitado sempre, ou será abuso.

Essa palavra é empregada cada vez que o bottom atinge o seu limite.

Lembrando que limites podem ser superáveis ou rígidos, sendo que os rígidos uma vez estabelecidos não devem ser jamais impostos ou ignorados durante a prática.

RACK conhecendo os riscos

Na base RACK (Risck aware consensual kink) o risco da prática erótica é conhecida por ambos e a responsabilidade igualmente compartilhada. No entanto, a palavra de segurança é geralmente suprimida, pois ambos se responsabilizam pela segurança, e os limites do bottom devem ser amplamente conhecidos pelo Top, que decide quando parar.

Todavia, eu não dispenso minha palavra de segurança, porque embora o parceiro possa conhecer meus limites, somos seres humanos que sofremos influências externas.

Assim, uma doença, um dissabor, uma TPM, ou qualquer fato que me afete psicologicamente, pode alterar minha resistência física e psicológica, levando a eventuais necessidades de interrupção de uma prática.

Assim, para que se garanta a segurança é indispensável aos praticantes o profundo conhecimento das práticas, equilíbrio na dominação psicológica, respeito aos limites, uma negociação bem feita em todas as situações (relações, avulsas, cenas pontuais) e bastante coerência entre o que se deseja e o que de fato se é capaz de viver.

O jogo psicológico

O BDSM é ainda um jogo psicológico, que envolve mudanças de comportamento e estado de humor constantes, principalmente do bottom, significando sempre muita intensidade psíquica e descargas hormonais.

Portanto indispensável que na negociação, sejam abordadas todas as questões de segurança física e emocional dos participantes envolvidos, não apenas do bottom, já que Tops também têm limites.

Da mesma forma, após as práticas mais intensas, devem ser adotadas medidas para que o estado do bottom se normalize. A este momento chamamos aftercare que diferente do que muitos consideram não se trata de expressões de afeto, e sim, de cuidados de acordo com cada prática, para que não haja consequências ou danos ao bottom.

Sendo principalmente ações que reestabeleçam o bottom ao seu estado normal (respiração, visão, movimento, temperatura, equilíbrio, hidratação, pressão arterial, cuidados com áreas afetadas na prática, liberação de membros atados, etc). Só assim estamos falando de algo prazeroso, saudável, responsável e ético.

Erótica ou Sexual

O sexo no BDSM não é uma premissa, uma obrigação e sim a consequência advinda das fantasias e desejos sexuais mais profundos dos praticantes.

Há muitos pares que não misturam sexo e práticas, sexo e relações D/S, sexo e Sadomasoquismo.

Mas se estamos falando de troca erótica de poder, sempre haverá um grau de contexto sexual, e isso é o salutar. O prazer legitima as práticas e relações como algo satisfatório aos praticantes.

Embora todas as formas de interação devam ser respeitadas, são comuns as que envolvem sexo. E nesse ponto, abordarei especificamente o sexo anal. Por considerar que apesar de ser a que mais se relaciona com o jogo, é também a que escolhi viver exclusivamente assim que me assumi bottom, ainda que fosse alvo de discriminação e preconceito.

Com sexo ou sem sexo?

Quando relacionamos sexo anal e BDSM há geralmente três opiniões possíveis com as quais nos deparamos:

  1. A de que sexo é inerente e se vivido de forma mais abrangente, o anal é parte natural da interação;
  2. A a de que sexo é inerente, mas o anal é uma prática alternativa. Prática que nem todos curtem ou realizam (a maior parte bottom do sexo feminino, segundo minha percepção);
  3. O sexo não faz parte do jogo e, portanto, não entra no escopo da negociação.

Sobre esta última posição, embora eu faça parte do grupo que não dispensa o sexo no jogo, mas compreende que é uma prerrogativa do Top. Ou ainda de quem comanda a cena. Respeito cada escolha, principalmente por essa base ser a mais subjetiva do BSDM.

Polêmicas do sexo ou não sexo

Assim não entrarei no mérito, apenas lembro que é bastante comum Dommes e, até certo ponto frequente, Dominantes não praticarem com seus bottons.

Independente disso, onde há práticas sexuais, o importante é que seja realizado respeitando os limites de cada um. De forma segura e em que todos sejam responsáveis e sujeitos do seu prazer, não cabendo aqui quaisquer julgamentos.

Mas para aqueles que vivem sua sexualidade plenamente também no BDSM tentarei explicar os motivos de o anal ser tão polêmico. Flutuando entre ser o queridinho entre todas as práticas, ou ser motivo de discórdias e rompimentos.

Sexo anal e BDSM

O sexo anal pode e deve ser extremamente prazeroso, agregador de intimidade e confiança e que se relaciona em boa parte com as demais práticas e fetiches.

Não há aqui nenhuma grande questão, pois uma vez que seja praticado dentro da hierarquia das relações, é inerente, pertinente e inigualável em gerar prazer.

Não podemos esquecer a grande tara de brasileiros e de brasileiras que curtem a bunda e suas funcionalidades. O sexo anal está ligado tanto as práticas sadomasoquistas, já que traz em si um componente de dor ou humilhação, quanto para as práticas de dominação e submissão. Podendo sem dúvidas ser considerada uma das maiores entregas.

Origens do BDSM

Em relação à pertinência, vale ainda lembrar que o BDSM advém do movimento Leather (couro) e gay, portanto, sexo anal sempre presente esteve na cena, em tese, ainda que eivado de tabus e preconceitos.

Ou seja o BDSM vem sendo praticado há muitos anos por todas os espectros da sexualidade, seja entre mulheres, entre homens ou qualquer outro arranjo envolvendo pessoas adultas e capazes.

Desmistificando a prática, para obter sucesso e extremo prazer anal é preciso desejo dos envolvidos. E ainda disposição, observação de algumas técnicas de higiene, boas condições de saúde, paciência e tempo para preliminares.

Não se trata de nenhum bicho de sete cabeças, mas requer conhecimento, paciência, habilidade e intimidade.

Sexo anal é um tabu dentro do BDSM?

No entanto, ainda que pareçam ingredientes relativamente simples, muitos praticantes têm dificuldades, seja porque o assunto traz dúvidas, polêmicas e preconceitos. Quase sempre causados por ranços trazidos do mundo baunilha, por desconhecimento das técnicas ou comumente por traumas e bloqueios psicológicos.

Durante estes seis anos de vivência tive a oportunidade de conversar com varias pessoas, de todas as posições hierárquicas e conhecer algumas histórias que estão por trás dessas dificuldades.

Talvez a mais comum seja de mulheres que, embora sonhem em ofertar esse prazer aos seus parceiros, sofreram algum tipo de abuso ou trauma e não conseguem praticar anal.

Quando procurar ajuda

Nestes casos, é difícil a superação sem ajuda de terapia, ou de muito trabalho psicológico para a superação dos medos e entraves psíquicos.

Mas grande parte do que ouço relaciona-se mais com vergonha, dor ou preconceitos arraigados por uma criação machista e religiosa. Situações que as desvalorizaria perante as que não praticam, ou que colocam o anal no rol de pecados mortais.

Em outras palavras, boa parte de quem poderia estar gozando intensamente, não relaxa e consequentemente não sente prazer porque o associa a algo ruim, sujo, dolorido e que desmoraliza.

E o pior é saber que boa parte dos homens só reforça estes estigmas e estereótipos, ao invés de aprenderem mais, proporem uma vivência conjunta e apoiarem a superação destes obstáculos.

Com aproveitar o prazer anal dentro de uma relação BDSM?

Ter uma boa experiência anal envolve além das questões já ditas, uma intensa sintonia com o parceiro. De forma que no momento da penetração, haja relaxamento, lubrificação e confiança o suficiente para que não haja dor ou riscos. E em vez disso um momento de extremo e intenso prazer e orgulho. Que quanto mais se pratica melhor se torna a interação, ao contrário do que muitos pensam, associando frequência a alguma disfunção física.

Decorre então que essas questões, que poderiam ser facilmente conversadas e superadas entre o próprio casal ou no caso de dúvidas, com um profissional de saúde. Alguém capacitado que orientasse e esclarecesse alguns pontos bastante controversos, viram motivos para afastamentos e rompimentos, porque se torna tão incômodo, que mal conseguem abordar.

Fio terra e BDSM, agora a polêmica pega fogo

Em relação aos tabus, faço ainda outro parêntese delicado para mencionar o prazer anal masculino. Principalmente quando este se encontra numa posição dominante, vez que há preconceitos que jamais deveriam existir, a exemplo da falsa crença de que ter esse prazer não condiz com dominação.

Neste ponto especificamente, não é raro ouvir histórias de tops que gostam e praticam inversão, sendo vistos e tratados de forma irônica. Ou desconstruindo a posição que ocupa, como se o prazer anal determinasse a essência, sexualidade, ou personalidade de alguém.

O papel do sexo anal extremo

Em relação ao sexo anal extremo e as dilatações progressivas, mesmo com quem já pratica, também há inúmeras dúvidas e receios. Receios que se não forem esclarecidos podem atrapalhar a evolução e o desenvolvimento. Por isso, a necessidade de orientação e estudos para que tudo transcorra dentro dos limites de segurança e prazer.

Tempo, dilatação gradativa e segura, preparação e acessórios adequados, assim como criatividade e dedicação são fundamentais. Aliados aos exercícios específicos, treinamentos frequentes e uma permanente avaliação das condições de saúde.

Observar as reações e o próprio corpo é parte da prática e toda e qualquer alteração, deve ser considerada, para a diminuição da intensidade, ou até mesmo suspensão da prática.

Sexo anal extremo e seguro

Se estes cuidados forem tomados, não há motivos para que o sexo anal extremo e as dilatações ensejem dúvidas, medos e preconceitos.

Foram tais cuidados que me mantiveram e mantém ativa por mais de três anos regularmente, sem que nenhuma função fosse alterada e, que me possibilitam orientar e ajudar aqueles que pretendem iniciar o treino.

Foi também entre as práticas, a que me trouxe maior autonomia, possibilidade de reinvenção e ampliação do meu prazer. A descoberta de um lado exibicionista, o que me possibilita continuar aprendendo de forma constante e permanente.

Vídeos de sexo anal com fisting

Dentre todos os vídeos de sexo anal que me deixam alucinada, sem dúvida os que têm fisting são os mais deliciosos e educativos para mim.

Primeiramente porque sei exatamente a sensação de ser penetrada com um punho. E então, ao assistir alguém sendo fistado, imediatamente eu me reporto às minhas lembranças e sensações mais deliciosas de prazer e gozo.

E em segundo lugar porque gosto de observar as técnicas, as posições e tudo mais que envolvem essa prática tão excitante e desafiadora para poder fistar também.

Democracia anal

Não importa para mim se são vídeos com mulheres ou homens, eu curto igualmente, afinal quer algo mais democrático do que cu? Todo mundo tem, e pensar nas maravilhas de que ele é capaz, é muito bom.

Por isso sou uma fã dos vídeos e dos mais diferentes cus, em suas formas, cores, e tamanhos. Ultimamente ainda mais.

Os meus preferidos são aqueles em que os fistees (quem é penetrado pelo punho) estão de quatro, e o fister (quem penetra o punho no ânus alheio) introduz de uma vez só a mão. E às vezes o fister até dá pequenos socos, o chamado punch anal. Que você pode conhecer melhor no vídeo de sexo anal a seguir.

Eu fico louca!

Eu fico louca, pois já fiz e gosto muito. Como educativos, me ajudam principalmente a notar os movimentos tanto do fister como de quem está sendo fistado. Já que também me arrisco a fistar as amigas e amigos sempre que tenho oportunidade.

Nos vídeos, observo principalmente a posição do punho, a respiração, tipo de lubrificante, luvas, acessórios e ou mobiliário e como se comportam durante os momentos mais intensos, principalmente os gemidos e os barulhos que o cu emite enquanto é arrombado desta forma.

Amo o aspecto após a prática, e quando ao final o fister ainda abre mais o buraco com as mãos. Filma, mostra o gape ou introduz líquidos, ou goza dentro. Se no fim de tudo ainda surge um rosebud em meio a vídeos de sexo anal, aí com certeza é mais perfeito ainda. 

Anal forte

Como usar o fisting e outras práticas para quem curte penetração com mais impacto.

Quando falamos de sexo anal forte, geralmente falamos de uma prática consensual, feita com cuidados e preliminares. Mas para quem tem experiência, e fetiches, o que dá muito tesão mesmo é fazer o anal bem forte.

Eu particularmente gosto de ser puxada pelos cabelos junto e outras coisas mais. Ser montada, pega com força e incrementar após a penetração com dilatação usando objetos ou acessórios ou o fisting.

Mas como chegar a esse  condicionamento do músculo anal para aguentar as estocadas ou inserções mais hard? 

Bom, primeiro o condicionamento físico. Para a prática de sexo anal forte, e ser montada como um bicho, é preciso ter bom alongamento e força física. Já que o peso do parceiro às vezes é grande, ainda mais com a força colocada.

Treinando o músculo anal

Com relação ao músculo anal, é também preciso ter um certo grau de dilatação para que não haja fissuras na mucosa. Para isso podem ser utilizados objetos, dildos, vegetais desde que devidamente protegidos por preservativos para abrir o cu antes.

O fisting também é outra prática que pode ser bastante impactante, mas para isso é igualmente necessário treino. O fisting é a introdução do punho ou da mão inteira no cu do parceiro.

Para isso, é preciso um preparo de higiene, das preliminares que pode ser o próprio sexo, luvas e muito, muito lubrificante. Este sempre à base de água.

Nada de usar anestésicos! Lembrando que sempre que uma prática trouxer dor ou qualquer incômodo deve ser imediatamente suspensa.

Conclusão

Como conclusão, penso que se nas relações e interações as escolhas sexuais são conscientes, consensuais, maduras, é natural que não mais se veja o sexo e a dilatação anal extrema como práticas dissociadas do BDSM.

Ou com práticas específicas de um grupo, e sim como parte natural da vivência dos seus praticantes, no entanto, é preciso insistir na ampliação do conhecimento e na desmistificação dos tabus.

Autora convidada

Este post foi escrito por pérola, uma submissa que pratica dilatação anal e preza muito pela saúde e vigor de seu prolapso.