Nicole Puzzi e Thadeu Meneghini

Neste episódio Nicole Puzzi entrevista Thadeu Meneghini, vocalista da banda Vespas Mandarinas. No episódio 22 da sexta temporada de Pornolândia eles conversam sobre o contexto atual do Rock’n Roll, sobre a sexualidade implícita (ou nem tanto) nas letras e clipes da banda. Uma conversa divertida e com direito a beijão no final que você poderá ler na transcrição a seguir, ou assistir diretamente no Canal Brasil na Globoplay.

Thadeu Meneghini no Pornolândia

Nicole Puzzi: Desde o rebolado de Elvis Presley, The King, até a língua de Mick Jagger, a história do Rock se confunde com a história da sexualidade. E para trazermos esta discussão para o Brasil, convidamos Thadeu Meneghini, da banda Vespas Mandarinas, para uma conversa franca sobre sexo, dúvidas e Rock’n Roll. E a nossa Xgirl hardcore termina a noite fazendo muito barulho.

Thadeu Meneghini e o Rock’n Roll

Ai que delícia, Rock’n Roll! Demorou para chegar, mas chegou. Thadeu Meneghini do Vespas Mandarinas, eu amo essa banda! Amo a sua banda.

Thadeu Meneghini: Poxa!

NP: Eu queria que você falasse um pouquinho sobre o Rock’n Roll, sobre sua banda e sobre a sexualidade nas letras e clipes de vocês.

Thadeu Maneghini: O Rock é derivado do Blues, essa coisa da sexualidade já está implícita na palavra Rock’n Roll. Os “bluezeiros” já cantavam “shake your booty”, né. Tem sempre uma música que eles falam mexa a sua bunda, mexa o seu quadril. Então, o rock nasceu disso, pegou do Blues, então já nasceu sexual.

A sexualidade na música dos Vespas Mandarinas

NP: Eu quero saber sobre a sexualidade dos Vespas Mandarinas nos clipes e nas letras.

Thadeu Meneghini: Elas estão super implícitas também, uma coisa de luz e sombra, está implícito. Antes das Vespas, eu tive uma outra banda que a gente tinha uma música chamada “Boca do Lixo” que foi inspirada na história do Hiroito, que escreveu a vivência dele na Boca do Lixo. Então, é engraçado que nesse clipe, o diretor, quando procurou a gente para fazer o clipe, ele quis contratar um casal de putos. A gente fez o vídeo de sexo explícito.

NP: Sério?

TM: Mas, não era explícito, não. A gente colocou umas melancias na cabeça do casal e eles ficavam lá transando. Teve momentos que a gente ficou dentro da sala tocando com eles transando e tal.

NP: Olha, só, safadinho você, né! Mas, era uma banda anterior?

TM: Aí eu tinha que me segurar um pouco para os meus amigos ficarem satisfeitos com a minha performance. Eu tive que segurar os meus impulsos.

Os impulsos de Thadeu Meneghini

Nicole Puzzi olhando por uma janela

NP: Se eu estivesse lá, eu não falaria isso.

TM: Era uma banda anterior aos Vespas. Quando eu entrei, vamos dizer que essa sexualidade foi reprimida. Às vezes, eu ia para o palco, aí eu pegava e fazia assim e cantava [deitava no chão]. Eu ia até o chão como o funk diz. Vou até o chão, um roqueiro indo até o chão. Aí a moçada da banda falava “oh, você está indo demais, cara”.

NP: E agora? Como estão seus impulsos na banda?

TM: Entrando as meninas, quando a Michele entrou e a Papini, abriu um outro caminho e acho que a sexualidade foi mudando, a sexualidade da banda foi mudando por causa delas mesmo. A presença da mulher fez um ambiente bem mais sexy. É até mais funk assim, a gente acabou fazendo um rock mais groovado. Porque, os machões era um pouco duros, guitarra. E elas deram essa coisa. E outras coisas surgiram no show de a gente pensar na hora. Tem uma música que chama “O inimigo” que brinca com essa coisa da dualidade mesmo, porque a sexualidade tem dualidade.

NP: Espera aí, eu sou puta? Calma, não sou eu, está escrito na camisa dele. Por que isso?

TM: isso aqui é, na verdade, uma apropriação, é uma brincadeira que também tem essa dualidade.

NP: Eu pensei que você tivesse vindo com essa camiseta para falar isso para mim “Olha aí, Nicole”.

TM: Pode ser também, né.

O papel do Rock hoje em dia segundo Thadeu Meneghini

Nicole Puzzi, apresentadora do pornolandia

NP: Como é que você vê o papel do rock hoje em dia? como é que está situado?

TM: O rock, eu acho que ficou meio segmentado, um pouco afastado. Parece que ele ficou com vergonha de falar com todo mundo, porque as músicas populares buscam isso. Eu acompanho, eu vejo o que está acontecendo na música hoje, o que gente nova está fazendo. não só no rock, n funk mesmo. Não que seja algo que eu… às vezes eu pincelo alguns personagens dessas outras cenas muito legais e muito roqueiros até. Tipo, MC Pedrinho, que é um funkeiro paulista, começou na ostentação com 13 anos de idade cantando novinho mesmo, já cantando músicas de duplo sentido. Isso mexia com os bons costumes, né.

Mensagens atuais

NP: O rock sempre mexeu. O Rock começou a mexer com os bons costumes há muito tempo, né. Porque, nos anos 80, Thadeu, existiam alguns rocks que eram divertidos. Aí, de repente, passou o tempo e esses rocks viraram muito machistas. Como vocês roqueiros de hoje em dia, principalmente dos Vespas Mandarinas, como é que vocês estão lidando com essa distribuição de poder entre os gêneros?

TM: As bandas eu acho que ficaram com esse receio de serem populares, de arriscarem ser populares. O pessoal dos anos 80 fez isso, e fez de uma maneira que tem figuras que duram anos. Para você ver o Arnaldo Antunes, mesmo o Cazuza e o Renato que já morreram, a música deles está presente e forte ainda. Eles tinham muita mensagem e que servem até para essa geração de hoje.

Santa Sampa

Nicole Puzzi com as pernas apoiadas em Thadeu Meneghini

NP: mensagem atual. Eu participei de um clipe com vocês, o “Santa Sampa”.

TM: Pois é, foi lá que eu te conheci.

NP: Foi, começou tudo lá. Me fala um pouco deste clipe que eu achei fantástico, porque é lindo demais o “Santa Sampa”.

TM: Essa música foi um presente que eu ganhei, uma letra do Bernardo Vilhena, que escreveu “Menina Veneno”. Eu fui atrás dele, acabou que a gente tem amigos em comum e as pessoas aproximaram a gente e falaram “pô, faz uma música com o Thadeu e tal”. E a gente acabou se conhecendo, falando por telefone ainda, compondo por telefone.

NP: essa música é linda, tinha que ser dele. E quem dirigiu foi um cara que…

TM: Kapel Furman.

NP: Que depois fez uma série de efeitos especiais no, não me lembro o nome…

TM: No cinelab, acho que é isso.

Ser rebelde

Nicole Puzzi

NP: E para você, o que é ser rebelde hoje em dia? No rock desta geração, o que é ser rebelde?

TM: Rebelde eu acho que é sempre uma pessoa que não se incomoda com a liberdade que tem, ela quer ter mais. Isso que torna a gente rebelde. Então, é querer ser livre, ir se libertando.

Encontre Thadeu Meneghini

NP: Como as pessoas fazem para te encontrar?

TM: O Vespas Mandarinas está em todas as redes sociais, o Intagram é @vespasmandarinas, Facebook, Youtube.

NP: Thadeu Meneghini.

TM: Thadeu meneghini também, mas eu fico mais no Instagram.

NP: Amei receber você. Eu sempre dava um selinho nas pessoas que vinham aqui, faz tempo que eu não dou um selinho!

TM: Eu vou tomar uma água.

NP: Estou pensando em dar um selinho em você, pode ser?

TM: Pode, claro! Eu vim aqui para isso!

NP: gente, vou dar um selinho, faz tempo que eu não dou um selinho!

[dão um beijo]

NP: Eu acho que isso é Rock’n Roll, né. Tava bom. Vamos para a Xgirl?

A nossa Xgirl

Xgirl Bibis Goacomet

E o programa terminou com a maravilhosa Xgirl Bibis Giacomet, uma BBW de cabelos coloridos que ficou nua em um ensaio colorido que esbanja sensualidade!