Garotas de programa no Pornolândia

Pornografia na internet foi o assunto  retratado no episódio 5 da temporada 5 de Pornolândia. Nicole Puzzi conversou com as garotas de programa Alessandra Maia e Mari Zombie sobre a clientela online, regulamentação da prostituição e clientes inusitados. Uma conversa divertida que você poderá ler na transcrição a seguir, ou assistir diretamente no Canal Brasil na Globoplay.

Alessandra Maia e Mari Zombie no Pornolândia

Nicole Puzzi: A profissão mais antiga do mundo não para de se reinventar. Dos cabarés dos anos 20 às redes sociais do século 21, a prostituição acompanhou a evolução da  tecnologia. E para entender essas mudanças, vamos conversar com duas garotas de programa que estão usando as redes sociais para interagir com seus clientes. E depois, a nossa ousada xgirl termina a noite com a gente.

Fazendo programa

Meninas. Você é a Alessandra Maia.

Alessandra Maia: Isso.

NP: Eu quero saber de vocês duas como vocês começaram a fazer programa.

Alessandra Maia: Foi em 2008, já faz bastante tempo… acho que dez anos. É… eu comecei como GP em Campinas…

NP: GP?

AM: Garota de programa.

NP: Ah, tá bom…

AM: Aí fiquei um ano trabalhando como GP, aí eu depois eu comecei com os filmes e shows também. E mesmo assim eu continuo atendendo. Aí eu faço viagens com os clientes e tudo mais.  

NP: E você, Mari Zombie… é isso?

Mari Zombie: É isso. Eu comecei em 2017. Eu sou tatuadora e modificadora corporal também. Então, eu tinha muitos seguidores que entravam em contato ali e pensei em tentar o lado de acompanhante, achei que daria um pouco mais de dinheiro. Aí eu dei uma pesquisada e comecei a anunciar em uns sites.

NP: Vem cá… O dente, o olho… Gente, seu olho, sua orelha. Vem cá, mostra um pouquinho. Gente, que loucura!!

Mari Zombie: A mão também.

Clientela online

NP: Nossa, amei! E como é que veio a ideia de conseguir clientes pela internet?

MZ: Eu já tinha muitos seguidores ali, então… eu queria ver aquilo ser, de alguma forma, lucrativo pra mim. E foi meio que assim, divulgar para os meus seguidores já.

AM: Ah, eles entram em contato, né. Porque assim, faz o site e já tem o número de telefone que você disponibiliza. Então, eles entram em contato através daquele número.   

O dinheiro e o prazer

NP: Gente, eu vou fazer uma pergunta meio assim… é… vocês ganham dinheiro? Ganham dinheiro com a internet?

AM: Sim, é muito rentável.

MZ: Sim.

NP: Vocês gostam do sexo que vocês fazem?

AM: Gosto.

MZ: Sim.

NP: Ah, legal, porque eu não sei se eu conseguiria…

AM: Eu sou bem resolvida.

NP: Eu também sou bem resolvida. Mas bem resolvida pra um homem só.

MZ: Eu gosto de variar.

NP: Você gosta de variar. Então vocês aliaram…

AM: o útil ao agradável.

Nicole Puzzi apresentadora do Pornolândia

Os clientes e as redes sociais

NP: O útil ao agradável, né? Ah, cada pessoa tem seu jeito e viva a liberdade, não é mesmo? E o Twitter… é a principal rede social para conseguir cliente?

AM: Não, o Instagram também.

NP: Ah, o Instagram também.

AM: Pra mim, o Instagram e o Twitter funcionam muito bem.

NP: E pra você?

MZ: Eu uso o Twitter também mais, tem o meu site que é MariZombie.com e tenho o Intagram também.

NP: Então você tem o seu site. Você também tem Alessandra?

AM: Tenho. É AlessandraMaia.com.br. Assim, o legal do Twitter é que você pode fazer os videozinhos que no Instagram não pode e é gratuito. Os sites a gente tem que pagar, né, um valor mensal ou por semana. Então, é uma divulgação bacana. O Instagram ele é complicado, porque se você faz um vídeo ou uma foto um pouquinho mais sensual, é muita denúncia, derrubam. Então, fica muito difícil.

Alessandra Maia, Mari Zombie e Nicole Puzzi.

Atraindo clientes

NP: E o que mais vocês fazem no Twitter? Que mais vocês fazem além de divulgarem os videozinhos, tem alguma coisa, alguma proposta?

AM: Ah, eu fico fazendo umas doideiras assim, tipo, esses dias atrás eu inventei de fazer uma rifa.

NP: Rifa!?

Am: Rifa das atrizes, entre eu e a Manu, né. Foram 200 números, correu pela loteria federal, tudo bonitinho. Foram 50 reais cada número, valeu pelo Brasil inteiro. Aí o ganhador foi de uma cidade próxima. Nós vamos entregar o prêmio agora no final do mês…

NP: O prêmio é o.. a.. que que é o prêmio?

AM: Minha ideia foi de 2 horas de serviço completo, porque né, nós somos atrizes e o pessoal adora. E gravar um vídeo para o fã de recordação.

NP: Se a mulher dele pega…

AM: Ah, mas aí já é né…  

NP: Não é problema seu.

AM: É.

NP: E você, fez essa rifa?

MZ: Ainda não cheguei a usar como rifa, promoção. Eu divulgo minhas fotos, meu dia a dia ali.

O perfil dos clientes

NP: Curiosidade: o perfil de clientes de vocês.

AM: Ah, tem de todos. Tem os fetichistas, ah….

NP: Qual a coisa mais estranha?

AM: Que já me aconteceu?

NP: Aham.

AM: Vish! Foi um maluco… vou falar maluco, porque no meu ponto de vista foi maluco. Ele queria… porque assim, eu não bebo. Ele queria que eu besse duas garrafas de vinho e que eu comesse pizza de quatro queijos e fizesse uma garganta profunda nele até vomitar.

NP: ~cara de incrédula~

AM: É. Assim ele chegaria ao orgasmo.

NP: Não entendi direito não, mas…

AM: Aí teve um outro que era comer a mãe dele. Ficar com a mãe dele e ele.

NP: A mãe dele foi junto? Queria ir junto a mãe dele?

AM: ~afirma que sim com a cabeça~ Nada contra, gente, mas é que pra mim não dá.

NP: Não, não. Esse já passou do limite. E você? Eu tô chocada, mas tudo bem.

MZ: Meu público é bem variado também, mas é muito focado no fetichismo, BDSM. Mas nunca tive nada muito fora do comum ainda não. Ou pelo menos que eu ache, né.

Quem vê cara…

NP: Tem uma coisa muito engraçada. Você é toda meiga, toda gentil, mas a tua aparência é bem agressiva.

MZ: Sim.

NP: Mas é isso que eu acho que é curioso, que é…

MZ: Diferente.

Outros trabalhos

NP: Que é diferente. Agora eu quero saber se vocês já fizeram ou fazem algum trabalho além da prostituição.

MZ: Eu sou tatuadora e modificadora corporal também, né. Eu faço tatuagens, faço implantes, outras coisas.

NP: Sua família sabe?

MZ: Sabe.

NP: Tá. E você?

AM: Não. Atualmente eu só trabalho com pornô mesmo, como atriz, como camgirl, como acompanhante, viajo pelo Brasil inteiro. Mas antes de ser do pornô, acompanhante, eu tive clínica de estética, já fui vendedora, já trabalhei em outros segmentos.

A regulamentação da profissão

NP: Agora eu queria fazer uma pergunta bastante séria. O que vocês acham da regulamentação da atividade de garota de programa? Seria importante ter uma regulamentação, um sindicato?

AM: Sim. Eu sou a favor de efetuar um pagamento, né, mensal. Porque assim, as meninas não têm, não pagam o INSS, não têm alguém que tipo né…

NP: Fazer uma linha de crédito?

AM: Não, não tem. A não ser que você vá no contador e ele resolva isso, né.        

NP: E você? Ah, você tem o local de tatuagem, fica até mais fácil, né?

MZ: É. Eu nunca parei pra pensar nesse lado da regulamentação, né. Porque pra mim nunca fez diferença, por que eu trabalho com outras coisas.  

NP: Meninas de programa, eu gostei muito de vocês.

AM: Obrigada.

NP: Eu achei que vocês estão colocando a cara de vocês, vocês estão assumindo. Eu acho isso… legal, totalmente livre. Parabéns.

MZ: Obrigada.

NP:  Eu que agradeço vocês aqui. E agora? A nossa xgirl.

A nossa Xgirl

E este episódio termina com apimentada xgirl Dani Skyli, uma jovem de cabelo rosa bem safada que ficou nua em um ensaio fetichista que dá vontade de ser arrebatado.