Lola Benvenutti no Pornolândia

Neste episódio Nicole Puzzi entrevista Lola Benvenutti, garota de programa. No episódio 10 da primeira temporada de Pornolândia elas conversam sobre a vida de uma garota de programa, sobre preconceitos e sobre os pedidos dos clientes . Uma conversa divertida que você poderá ler na transcrição a seguir, ou assistir diretamente no Canal Brasil na Globoplay.

Nicole Puzzi entrevista Lola Benvenutti

Nicole Puzzi: Hoje nós vamos conversar com a Lola Benvenutti, uma GP licenciada em Letras. Ela vai contar como tomou esta decisão de se tornar uma garota de programa. Ela vai falar sobre as dificuldades que ele enfrentou, sobre os preconceitos, as opções que ela teve. Mas, antes, nós vamos assistir a nossa Xgirl de hoje que está impressionante! Vocês vão gostar!

A nossa Xgirl

Xgirl Grazzie

E o programa começou com a maravilhosa Xgirl Grazzie, uma ruiva tatuada e deliciosa que ficou nua em um ensaio sensual atrevido!

Lola Benvenutti e seu estilo lolita

NP: Lola Benvenutti, sabe o que me surpreendeu quando eu vi você chegar? Eu falei não deve ser essa mocinha! Você é muito mais novinha vendo assim pessoalmente, você parece uma menina.

Lola Benvenutti: Ah, é? Que bom!

NP: Isso deve encantar os homens, né?

Lola Benvenutti: Eu acho que tem um fetiche por essa imagem da lolita, que é a inspiração do meu nome. Essa coisa mais menina, corpo de menina.

Mais do que sexo

NP: É curioso que ainda tem homem que paga para transar com alguém.

LB: Eu acho que mais do que sexo, as pessoas querem carinho, as pessoas querem ser ouvidas, querem alguém que ria das piadas delas, que as valorize como pessoa. Então, de fato o sexo hoje em dia é mais fácil, mas as pessoas querem mais do que sexo, elas querem um combo de uma pessoa que se importe co elas. Eu sempre tive um fetiche por esse universo, sempre achei interessante, glamouroso. Eu sempre vi desta maneira. Gosto mesmo do meu trabalho, me divirto horrores com isso, conheço pessoas super legais. Então, a minha história não tem nada de vitimização.

Lola Benvenutti e os desconhecidos

NP: Qual a barreira que você desfez na sua mente para poder transar com um homem que você simplesmente não fica molhada?

LB: Então, é que assim, na verdade, a escolha desta carreira na minha vida foi um processo. Porque, eu já saía com pessoas que eu conhecia na internet, não cobrava. Eu vinha sempre para São Paulo ou essas pessoas iam me visitar e eu transava com elas porque eu achava divertido. Eu conhecia pessoas, não cobrava. E eu achava legal este desafio, de conhecer a pessoa e essa coisa do sexo para mim sempre foi algo interessante. Então, cobrar foi uma consequência. Tem garotas neste meio que fazem mais pelo dinheiro que, por exemplo, não beijam, porque o beijo é muito íntimo e aí é super difícil. Então, cada uma tem um modo de agir.

NP: Não beija boca? Mas, beija o…?

LB: Não beija a boca, usa preservativo ou não usa. Cada uma tem um método de trabalho. Mas, geralmente, o beijo está associado a uma ideia de cumplicidade, de intimidade, então muitas preferem não beijar. Eu já acho fundamental.

A profissão de Lola Benvenutti e as consequências

Lola observando seu reflexo no espelho

NP: vendo você falar parece que tudo é muito bacana. Parece que tudo é um mundo maravilhoso. Mas, você não teve nenhum problema emocional? Como as pessoas em volta de você, os parentes, os amigos… algum preço você teve que pagar por isso.

LB: Sim. O meio maior preço foi o desentendimento com a minha família, porque foi difícil, é uma escolha um pouco inusitada.

NP: Muito inusitada.

LB: Tem todo um estigma social também que é muito difícil. Mas, a gente está superando, eu estou conversando com os meus pais. Mas, essa foi a parte mais difícil para mim.

NP: você goza?

LB: Sim. Eu acho que se eu não gozasse, eu não ia mais querer…

NP: Em todas as relações?

LB: Ah, às vezes não.

NP: Aí dá uma fingidinha.

LB: Às vezes eu falo para a pessoa que eu gosto mais assim, eu dou uma ensinada.

NP: Você também faria programa com mulher ou faz programa com mulher?

LB: Faço e adoro! Mulher é incrível!!!

Os pedidos dos clientes

NP: gente, eu nunca consegui, mas eu não vou te contar o motivo, não. Existe algum cliente que quis um sexo meio bizarro, meio engraçado?

LB: Eu não gosto dessa palavra “bizarro”, porque torna a coisa um pouco…

NP: Baixa.

LB: Baixa. Eu acredito…

NP: Diferente!

LB: Eu acredito que no âmbito do diferente, socialmente o que n´s achamos que é diferente, é mais em questão de sadomasoquismo, que são práticas bem específicas. Quem está dentro deste universo entende bem, são práticas que vão desde podolatria até as chamadas chuvas e etc.

NP: Chuvas?

LB: É chuva marrom, chuva dourada, que envolvem fluidos corporais.

NP: gente, é… dá licença. Eu sabia que isso existia, mas eu nunca vi. Não sei como eu reagiria perante isso.

LB: É que assim, tem limites, né.

Lola Benvenutti e os homens que gostam de anal

Lola, garota de programa no Pornolândia

NP: Ah, mas até aí eu acho que a pessoa tá afim e se você concorda ou discorda, é o que comentamos, cada um faz o que bem entender! Tem homens, estou falando de héteros, que gostam de uma simulação de sexo anal…

LB: Muitos, muitos.

NP: Seria bom uma mulher ficar sabendo disso? Uma mulher casada saber que o marido gosta de um dedinho ali, essas coisa?

LB: Eu acho, inclusive, que deveria, os casais têm que ter abertura, saber do que o marido gosta e ir lá e fazer. E não achar que isso, porque o cara gosta, que ele é homossexual, porque muitas vezes não é, é só um fetiche. Então, se você se sente confortável para realizar estas fantasias com o seu marido, as chances do seu casamento, da sua relação durar mais, é muito maior.

Acessórios

NP: menina, ela é mais nova do que eu e está me ensinando tudo que é o sexo. Eu nunca imaginei eu, uma ex atriz de pornochanchada. Você chega a usar acessórios? Os homens pedem acessórios?

LB: Uso bastante. Eu levo uma malinha assim.

NP: Ah, você tem uma malinha. Espera aí… Você leva uma malinha com os acessórios?

LB: É. A pessoa liga para mim e fala “você tem acessórios?”. E, normalmente, eu já sei o que apessoa quer, ele quer inversão aí eu levo a cinta, as próteses e tal. Ou, se não…

NP: Inversão de papéis?

LB: Inversão de papéis.

NP: Você que vira ativa.

LB: E se apessoa quer sadomasoquismo eu também tenho os acessórios. Ela diz eu quero isso, isso e aquilo, aí eu levo a mala e tem tudo lá.

Quanto mais tempo…

Nicole Puzzi entrevistando a GP Lola

NP: E com viagra?

LB: Então, tem gente que quer aproveitar o tempo máximo que eles podem, né. Mas, eu acredito que a maioria dos meus cliente não toma, porque não é o principal ficar o tempo todo… Acho que os homens, em geral, ainda têm esta ideia de que quanto mais tempo eles ficarem ativos ali e tal, as mulheres vão adorar. É mentira.

NP: É mentira. Eu já dormi e o cara não parava. Eu já tinha gozado fazia horas e eu dormi. Querida, foi um prazer receber você aqui!

LB: Eu que agradeço o convite, foi muito gentil.

NP: A Lola é muito legal, né? Uma pessoa assumida, que se assume, que fala o que quer, que faz o que quer e ninguém tem nada com isso. Exatamente igual a Sweetie Bird. Ela vai fazer um Dog Alemão.

Cozinha ao Ponto

E este episódio termina com a receita de Dog Alemão, preparada pela deliciosa tatuada Sweetie Bird!