Castor Guerra no Pornolândia

Neste episódio Nicole Puzzi entrevista Castor Guerra, ator da pornochanchada. No episódio 6 da terceira temporada de Pornolândia eles conversam sobre a infância de e adolescência de Castor, sua chegada na Rua do Triunfo e sobre os filmes em que foi galã e vilão. Uma conversa cinematográfica que você poderá ler na transcrição a seguir, ou assistir diretamente no Canal Brasil na Globoplay.

Castor Guerra e Nicole Puzzi puxando sua barba

Nicole Puzzi: Ele conheceu a realidade de vida como poucos homens. Ele foi expulso de casa na adolescência e vagou de bar em bar até chegar na Rua do Triunfo, onde fez carreira como ator. Castor Guerra foi escolhido pelo cinema. Ele atuou em mais de 60 filmes e vai ter uma conversa emocionante comigo sobre o cinema como impulso de vida. E para terminar nossa noite, uma mulher linda, a nossa xgirl.

A cambada da Ponochanchada

Ah, meu deus, como eu gosto de você, Castor. Você foi da cambada da Pornochanchada, da cambada da Rua do Triunfo.

Castor Guerra: Quando as pessoas me perguntam como foi a vida, eu falo “o que for da vida está valendo”. A Pornochanchada e a Rua do Triunfo fizeram parte da minha vida e está valendo, não fujo dela.

NP: Castor, você não usava barba, você foi galã que eu sei. Você não usava barba, aí de repente, de uma hora para a outra, você passou a usar barba. Conta essa história.

Castor Guerra: Porque eu fiquei com dificuldade para achar emprego. Papel galã é um, papel de vilão é dois, três, quatro em um filme. Então, como eu precisava trabalhar e eu não tinha outro emprego, as pessoas falavam “Castor, você precisa mudar esse tipo, porque senão n~]ao vai conseguir trabalhar”. E aí, eu virei vilão, né. E como teve uma continuação, estou barbudo até hoje.

NP: Cara, você tem um tipo tão fantástico que eu não entendo, realmente não entendo como a televisão não aproveita pessoas como você! É um tipo tão fantástico e você é um excelente ator.

CG: Eu sou suspeito, mas eu agradeço.

A infância de Castor Guerra e a ida para a Rua do Triunfo

NP: Mas é verdade! Agora eu quero saber da sua infância, porque eu sei que a sua infância não foi fácil. E também como você chegou até a Rua do Triunfo.

CG: A infância foi triste. Na infância eu passei muitas vontades. Eu era filho de operário, aí fui crescendo, com 17 anos meu pai me mandou embora de casa. Ele não me mandou embora, ele me convidou a sair, vamos ser justo porque aqui não é lugar de mentira. Ele me convidou a sair e, como eu tinha uma personalidade muito forte logo cedo…

NP: Você tem uma personalidade muito forte, eu te conheço muito bem!

CG: Não sei se é bom ou se é ruim, mas…

NP: É muito bom! Eu admiro.

CG: É o meu eu, né.

NP: Uhum, é muito verdadeiro!

CG: E aí eu fui embora de casa, eu trabalhava, pedi a conta e falei “não vou trabalhar nunca mais”. Eu não sabia o que eu ia ser. Mas, aí eu tinha uma namorada naquela época, a amiga dela fazia teatro. Ela dizia que eu tinha uma aparência boa e tal, lá eu conheci pessoas que falaram “pô, você tem um bom tipo, cara”. Volta o elogio novamente. “Por que você não frequenta a Rua do Triunfo?”. Aí marquei com o cara e ele me levou na Rua do Triunfo. Cheguei na Rua do Triunfo e conheci Heitor Gaiotti. Esse cara foi maravilhoso.

NP: Nossa!

CG: Ele fazia um diretor de produção em um filme chamado “Um Pistoleiro Chamado Gaviúna”.

Cinema popular hoje em dia

Nicole Puzzi entrevistando Castor Guerra

NP: Se eu não tivesse a Rua do Triunfo na minha vida, eu seria uma pessoa menos feliz. E você?

CG: Seria um vazio. Eu não sei o que seria de mim. É o que eu disse, eu ia para o mundo.

NP: Falando da Rua do Triunfo, você acha que hoje em dia existe a possibilidade de ter um cinema popular?

CG: Claro que tem! Mas falta vontade política. Precisa fazer salas para exibir filmes. Não adianta fazer um monte de filme e não ter onde exibir. Tem pessoas que têm filmes, mas não tem lugar para exibir. Porque cinema virou shopping, virou igreja, virou estacionamento. E cinema é a sétima arte, é cultura! Um país sem cultura é um país pobre.

NP: Me fala sobre as musas.

CG: Eu trabalhei com algumas, né. Eu nunca fiz filmes explícitos, nunca fiz pornografia, mas trabalhei com algumas. Quem eu posso citar? Trabalhei com a Helena Ramos…

NP: Nossa, a Helena era a melhor, a maior de todas. Helena Ramos.

CG: Ah, não….

NP: Ah, era a maior de todas, eu acho.

CG: Vamos deixar assim. Tinham muitas atrizes que eu não cheguei a contracenar, mas eu estava inserido no roteiro.

Bate-bola com Castor Guerra

Nicole Puzzi e seu reflexo no espelho

NP: Eu vou fazer um bate-bola com você! Eu vou falar um filme e você faz um comentário rápido, pode ser?

CG: Pode.

O Prazer do sexo

NP: O Prazer do Sexo do John Doo.

CG: Ali foi interessante, eu fiz um homossexual. O Único papel homosssexual que eu fiz. Não sei se eu convenci, mas foi o John Doo, lembro bem dele.

Urubuzão Humano

NP: Urubuzão humano.

CG: Nesse eu fiz o papel principal, fiz o protagonista.

NP: Ganhou bem?

CG: Não! Ganhei bem não.

NP: Terror trash?

CG: Me perguntou eu respondi, não ganhei bem.

Na quebrada da noite

NP: Na Quebrada da Noite.

CG: Aí eu ganhei um dinheiro legal. Eu fiz papel principal também.

Amor imortal

NP: Amor imortal.

CG: Na minha opinião, uma obra de arte. Posso elogiar um filme que estou fazendo, né? Porque, o Chico Cavalcante foi muito bom diretor! Eu sou espiritualista, não pode sentir tanta saudade, deixa ele viver o mundo dele! Mas eu quero citar ele aqui, porque ele teve a coragem, a capacidade e a coragem de mostrar várias situações.

Joelma

NP: Uma amigo noss, Clery Cunha, que você atuou em Joelma.

CG: Esse eu tenho muito respeito. Para você ter ideia ele me levou para a Europa, né, via reportagem. Porque, veio uma emissora da Espanha fazer uma matéria e ele imediatamente me ligou, porque eu participei do Joelma né. Será que eu fiquei famoso lá?

NP: Ficou!!!

CG: Sou muito grato a ele, hein!

Castor Guerra e Zé do Caixão

Nicole Puzzi de braços para cima

NP: E, para finalizar, eu gostaria que você falasse de uma pessoa muito especial. Mojica, Zé do Caixão.

CG: Trabalhei uma três, quatro vezes com ele, dirigi para ele. Trabalhei num filme chamado “Homem sem terra” que ele era um ator convidado. Pelo Mojica eu tenho o maior respeito. E trabalhei em um filme que ele dirigiu em Brasília. Lá, eu era galã naquela época, já faz algum tempo, né.

NP: Olha, Castor, deixa eu passar a mão na sua barba, posso?

CG: Pode!

Despedida de Castor Guerra

NP: Quer agradecer sua presença imensamente.

CG: Eu que agradeço! Todas as vezes que eu for convidado eu quero voltar, muito obrigado pela oportunidade. Muito obrigado mesmo, de coração!

NP: Para com isso! Obrigada por você ter vindo! Deixa eu dar um beijo em você.

CG: Até a próxima!

NP: Até a próxima, vamos nos encontrar muitas vezes. Vamos trabalhar juntos, se Deus quiser. Amei, amei mesmo.

CG: Foi muito bom!

NP: E agora, especialmente para o Castor Guerra, a nossa Xgirl.

A nossa Xgirl

Xgirl Agatha

E o programa terminou com a maravilhosa Xgirl Agatha, uma jovem morena de olhos verdes linda e gostosa, que ficou nua em um ensaio que vai mostrar que o humor pode ser extremamente sensual.