Twerk foi o assunto retratado no episódio 2 da temporada 5 de Pornolândia. Nicole Puzzi conversou com a DJ Brisa e a Jé Trindade sobre a origem e popularização do twerk, como dançar esse estilo e, claro, como o twerk pode ajudar na hora do sexo. Uma conversa animada e cheia bumbum batendo que você poderá ler na transcrição a seguir, ou assistir diretamente no Canal Brasil na Globoplay.
Nicole Puzzi: O que pode ser mais brasileiro do que uma dança que faz a bunda balançar? Estou falando do twerk e hoje a Jé Trindade e a DJ Brisa vão contar tudo sobre essa dança meio americana, meio africana que encanta todo mundo que adora… Bundas! E depois, com a bunda também deliciosa, a nossa xgirl.
O Twerk
Eu gosto quando vem mulher bonita aqui.
meninas: Ahh, brigada!
NP: É bom isso!
Jé Trindade: Todas somos!
DJ Brisa: É bom ser entrevistada por uma mulher desse porte!
Jé Trindade: É verdade!
NP: Uiii. Agora eu queria saber, porque até agora eu não entendi direito o que é twerk.
JT: Então, twerk é, na realidade, não só um estilo de dança, mas posso dizer assim, como uma cultura. Porque ele é representado por diversas mulheres do mundo inteiro, tanto gorda, como magrinha, quanto todos os tipos de mulheres usam o twerk como empoderamento, como um movimento para se libertar.
E ele surgiu na década dos anos 80, mas aí ele não teve tanta abertura assim, tanta audiência. Ele foi só começar a ter audiência em 2013, quando a Miley Cyrus, que é uma cantora super autêntica, decidiu fazer, dançar em uma apresentação do VMA. Aí, assim, ela causou com todo mundo, o pessoal olhava e ficava “o que que tá acontecendo aqui que eu não tô entendendo?”.
Chega e arrasa
DJB: O twerk tem esse impacto de você chegar e pá!
JT: Exato. Na verdade, o twerk é bem conhecido porque ele tem origem em diversas culturas, tanto o footwork, que é o break do Hip hop, quanto as danças africanas, que também têm bastante molejo e também acrescentaram junto com o twerk. É meio miscigenado, tem uma mistura de cada cultura ali.
DJB: O twerk começou a ser usado também pelas strippers.
JT: Exato. O nome twerk em si, é truque e work, em que as strippers usavam como truque para ganhar mais dinheiro no trabalho. Aí juntou truque (trick em inglês) e work, nasceu o twerk. E lá os movimentos eram mais básicos, não era como nós fazemos hoje em dia, que foi graças as russas que pegaram esse estilo e transformaram em um uma dança totalmente chocante.
DJB: Com tudo: passos, com tudo… técnicas.
O corpo no twerk
NP: E qual é a parte do corpo que mais é usado no twerk?
JT: O bumbum mesmo, o quadril… ele é bem conhecido por conta da dificuldade, porque o povo acha que é só balançar a bunda e pronto, tudo simples…
DJB: É…
JT: Mas, na realidade, tem que ter muita força na perna, porque é agachamento o tempo todo. Você tem que ter um molejo no quadril que não é todo mundo que consegue, às vezes, ter; precisa ter força no braço, porque muitas vezes você se apoia no braço, então você tem que ter força pra conseguir se manter no chão, tem que ter equilíbrio…
NP: E quem tem uma bundinha não muito avantajada, uma bundinha meio europeia…
JT: Então, eu tenho muita pergunta disso, porque nas minhas aulas vêm meninas de todos os formatos de corpo, tudo, e sempre vêm as magrinhas falando “aí, mas eu queria tanto aprender, mas eu não tenho bunda”. Só que assim, se você for ver as russas, nenhuma delas também tem bunda e, cara, elas fazem uns negócios…
NP: Elas têm menos…
DJB: Elas profissionalizaram…
NP: Eu tenho, tenho uma bundinha que trabalha muito bem, então, enfim… Mas não é igual o seu bumbum que é lindo.
JT: É que na realidade, não é só tanto bumbum, é mais a coluna também, né. Se você consegue trabalhar bem a coluna, você consegue…
Reforma íntima
NP: E como é que vocês lidam com questões como exploração feminina e também fazem essa dança?
DJB: Eu acho que isso é uma reforma íntima. Não foi fácil pra mim subir a primeira vez em um palco e fazer o que meu coração pedia, porque eu sempre fui apaixonada pelo twerk. E, a partir do momento que você sobe ali e vê, e se depara com pessoas que têm opiniões divergentes à sua própria, é muito difícil.
Então, a gente precisa se blindar realmente,e ter muito bem estabelecido o que você quer com aquilo, por que eu não sou uma panicat, eu não tenho um corpo… entendeu. Mas, a partir do momento em que eu aceito o meu corpo e danço, eu consigo deixar os caras babando e até as mulheres babando. Entendeu? Então o que chama a atenção no twerk é essa autoaceitação, essa autoestima, que falta, muitas vezes, nessa mulher que tá te apontando.
NP: Entendi. Legal isso, é uma libertação mesmo.
JT: exatamente.
DJB: Muito, muito.
Aprendendo a fazer o Twerk
NP: Como que a pessoa que quer começar a aprender… quais são os primeiros passos?
JT: Na minha aula, eu sempre… é o básico, né, eu sempre inicio com aquecimento para soltar o corpo da pessoa, deixar ela mais leve. Aí depois vêm os passos principais, que são os encaixes. O twerk ele é muito voltado ao encaixe do corpo, ao encaixe do quadril.
Então, tem o encaixe pra cima, o encaixe pra baixo e os encaixes laterais, que são os movimentos mais conhecidos com o quadril. E, o shake , que é um movimento que você treme o bumbum, e bate palma, e conversa… ele troca toda uma ideia com você.
NP: O bumbum troca uma ideia, é isso?
JT: Exato, exato.
NP: Bate palma?
JT: É um companheiro ali, que você pode conversar a qualquer momento.
NP: Oi, tudo bem? (apontando para o bumbum)
JT: Ah, também tem a pulsadinha com o bumbum, mas essa já não é tão fácil assim de aprender no primeiro dia.
NP: Pulsadinha.
JT: Que é quando o bumbum…
DJB: Contrai.
JT: Dá uma contraída. É. É aí que ele conversa mesmo, ele conversa mais ainda.
O twerk e o sexo
NP: Agora a pergunta mais importante né, o twerk ajuda no desempenho sexual? Ah, deve ajudar né, porque…
JT: Ah, muito, muito.
DJB: Eu acho que ajuda até na parte de assim, às vezes passa uma menina que malha, que se mata na academia, mas, eu não sei se vocês já perceberam, ela não tem aquele “sal”. E, às vezes, passa uma obesa, “gordona”, que se aceita, que se ama, cheirosa e rouba a cena. Então, é essa autoestima o twerk também passa e, na hora do sexo, vira “vraaau”. Fora os movimentos, né, mas você estar ali por inteira e se sentir gostosa, é o que faz o sexo valer a pena.
Projetos
NP: É. E quais os próximos projetos de vocês?
JT: Então, nós estamos com um projeto de workshop, que é uma turnê de workshop em que vamos rodar o Brasil. Porque temos muitas meninas assim, espalhadas pelo Brasil, que sonham em fazer e aprender e, na verdade, não têm muito conhecimento na cidade delas, então eu quero levar isso.
E também eu tenho um grupo de professoras que eu treino elas, pra poder dar aula em lugares que ainda não tem. Então, eu vou pra Salvador, vou pra esses ambientes e vou tentar fazer um workshop profissional, para profissionalizar as professoras de lá e conseguir espalhar ainda mais o twerk pelo Brasil.
DJB: Como se fosse uma turma básica e uma intensiva.
JT: Exato.
DJB: Para dar aula mesmo de twerk.
NP: Olha, eu não quero ser professora não, mas eu quero fazer aula com vocês!
JT: Arrasou.
DJB: A gente também tá com projetos musicais. A gente pretende trazer o twerk de forma cultural para o Brasil também, passando a informação, porque a dança é uma forma de se expressar. Porém, o preconceito e o machismo do nosso país, às vezes, têm as “más interpretações”, né. Então, a gente pretende educar mesmo, para que a filha da Maria dance o twerk e não apanhe da mãe, porque isso acontece.
Entre em contato
NP: Qual o contato de vocês?
DJB: Vocês podem achar a gente pelas redes sociais, que são Facebook e Instagram, Twerk Brazil, com Z. E tem no Youtube também meu canal DJ Brisa e o dela, Jé Trindade, somos sócias no Twerk Brasil. Ela é mais na parte de workshop e eu sou mais a parte de showbusiness, clipe, arte e cultura do twerk mesmo.
NP: Eu adorei vocês. Vocês são lindas, inteligentes, viu.
JT: Muito obrigada.
NP: E são poderosas, adorei, obrigada.
DJB: Obrigada você pela oportunidade.
JT: Obrigada pelo convite.
NP: Adorei mesmo. Agora vamos para nossa xgirl.
A nossa Xgirl
E este episódio termina com a maliciosa xgirl Pecadora do Funk, uma ruiva muito gostosa que ficou nua em um ensaio que deixou bem claro que essa raba é o oitavo pecado capital.