Neste episódio Nicole Puzzi entrevista a Mistress Charlotte, uma dominadora profissional. No episódio 26 da quinta temporada de Pornolândia elas conversam sobre a podolatria, a prática do Trampling e a profissionalização do fetiche. Uma conversa divertida que você poderá ler na transcrição a seguir, ou assistir diretamente no Canal Brasil na Globoplay.
Pés, dominação e fetiches
Esses homens gostam de pés. Mas este não é um fetiche simples, ele tem muitas vertentes. Tem gente que gosta de ver solas, outros gostam de dedos, de sapatos, de ver objetos, ou alimentos sendo esmagados e outros gostam de ser pisados. De onde vem essa atração, esse tesão por pés e a vontade de ser pisado? A Mistress Charlotte, uma dominadora experiente que adora ver os homens subjugados, vai nos ajudar a desvendar os segredos do trampling. E depois teremos a nossa xgirl com seus pezinhos sempre lindos.
Mistress Charlotte, me conta: o que os homens gostam de fazer com os pés da mulheres?
Mistress Charlotte: Desde mordidinhas, lambidas, massagens, servir como apoio, como se fosse um mobiliário humano ali, um tapetinho…
NP: O homem é um tapetinho?
Charlotte: É, o homem é um tapetinho.
NP: Que você pisa em cima.
CH: Exatamente! Esse é o trampling, que é uma das práticas da podolatria, um fetiche pelos pés, saltos em algumas ocasiões também.
NP: E que tipo de homem te procura para ser pisado?
Ch: É, a faixa de idade assim, é de desde muito jovem, 18/20, até… não tem uma… A maioria é entre 40, 30 e 40.
Mistress Charlotte esmaga!
NP: Mas são profissionais, empresários, com mais condições financeiras, é isso?
CH: Sim, até porque são sessões pagas e envolvem um valor relativamente…
NP: Justo.
CH: Justo, é.
NP: E, em que momento da vida esses homens buscam essa sessão profissional de trampling?
CH: Geralmente, quando são casados, é pelo fato de não conseguir se abrir com a esposa.
NP: Ah, muitos não fazem com as mulheres, nem com namoradas?
CH: Não. Alguns fazem, mas a maioria que procura a sessão paga, geralmente, é porque às vezes a esposa, mulher ou namorada não sabe.
NP: E não tem coragem de contar.
CH: E não tem coragem de contar. Acha que não vai entender, acha que a mulher vai pensar ruim, mal. Então, muitos não se abrem e acabam procurando uma dominadora profissional para…
Tem sexo?
NP: Sentir esse prazer. Envolve sexo?
CH: Não.
NP: Você não faz sexo com eles?
CH: Não, não faço. Existem algumas práticas dentro da podolatria que podem levara para esse lado, o trampling, a podolatria no sentido de beijar o pé, lamber, chupar, não tem relação com o sexo. Ele vai se excitar, eu também porque eu gosto, eu tenho sensibilidade.
NP: Ele pode chegar ao orgasmo?
CH: Sinto o prazer. No final das sessões, geralmente, sim, acabam tendo orgasmo.
NP: Gente, que interessante!
CH: Mas é quando eu mando.
NP: Ah, tá, dominadora, né!!
CH: Eu que vou falar como vai ser, do jeitinho que eu quero. E isso faz parte do psicológico, faz parte da dominação.
Botas brilhantes
NP: Você percebeu se resolve alguma coisa na vida dessas pessoas, se eles gostam de ser pisados, que… Por que eles gostam de ser pisados e se isso resolve alguma coisa na vida deles?
CH: Sim. Eu percebo que eles procuram pelo fato de ser subjugado e ser pessoas que, de repente, tem a vida ali muito de tomadas de decisões, ele precisa estar sempre no controle. É o momento que ele entrega o controle a alguém.
NP: Eles têm alguma preferência de tipo de sapato?
CH: Saltos, tem gente que tem fetiche só pelo pé realmente. Mas, geralmente, está ligado a saltos bonitos.
NP: Vermelhos… olha a bota dela!
CH: Vermelhos, botas, sapatos clássicos e saltos altos, altíssimos, plataformas. É muito particular de cada um, de cada pessoa.
Inversão de papéis
NP: Eu estou com uma curiosidade. Eu vou fazer a pergunta, uma pergunta meio danadinha. Eles gostam que introduza o salto?
CH: Sim, alguns!
NP: Ah! Eu achei que eu estivesse… Ahhh!
CH: Não, alguns gostam! é, aquilo, uma prática vai puxando a outra.
NP: Uiii.
CH: Mas aí ele tem que ser masoquista.
NP: Masoquista.
CH: Nem todos são masoquistas e nem todos gostam. É uma área erógena do homem…
NP: Nâo necessariamente ele tem que ser gay, ou pode ser bi ou não.
CH: É! Precisa quebrar essa ideia. Aí, alguns aceitam avançar as práticas e ir conhecendo. Quando se conhece… Vai chegar um momento que você vai ter curiosidade demais e você vai se permitindo. Algumas pessoas se permitem mais, outras param por ali.
NP: Agora, tem alguma festa, alguma convenção que vocês se reúnem?
CH: Sim, temos. Eu tenho um grupo com mais 8 amigas e nós criamos a Confraria das Dommis. Então, a gente se reúne, fazemos festas para colocarmos todas as nossas vontades ali e para reunir as pessoas que também tem essas vontades ou curiosidades, ou só olhar, ou participar, fazer algo. E a gente se reúne para trocar informações, para experiências, curtir e aproveitar.
A descoberta de Mistress Charlotte
NP: Quando você descobriu esses fetiches? E quando é que você passou a ganhar dinheiro com isso?
CH: Logo que eu vim para São Paulo, porque eu não sou daqui. Aí eu vim para cá, já tinha contato, já tive experiências na adolescência, mas nunca procurei nada. Com a internet e eu morando em São Paulo, foi onde eu comecei a ter mais contato, conhecer pessoas através da internet, ir para as festas, sair do virtual e ir para o real. Aí eu comecei a realizar mais as minhas fantasias e me descobrir mais. A partir disso, eu criei um blog, um site, e comecei a compartilhar as minhas experiências. De uma forma consensual, eu tirava fotos do que acontecia, não mostrava o rosto, nem nada, somente se a pessoa permitisse. Comecei a relatar aquilo, porque eu sentia essa necessidade de as pessoas que buscassem essas informações compartilhar das minhas experiências. Esse blog começou a ter muito compartilhamento e as pessoas “olha, quanto é uma sessão?”. Mas como assim quanto é uma sessão? Aí eu falei “Por que não?”. Falei” vou abrir sim, vou fazer uma avaliação para ver quem me agrada para fazer a sessão e vou cobrar um valor”. Mesmo porque eu queria comprar uma sandália, quero ter tal roupa…
Encontre a Mistress Charlotte
NP: E agora, como as pessoas fazem para te achar, se as pessoas quiserem fazer um curso com você, porque eu sei que você deve dar um curso, deve ensinar, algumas mulheres que querem praticar isso mas não sabem como? Como as pessoas fazem para te achar?
CH: Eu tenho um site, onde eu continuo compartilhando essas experiências até hoje. Eu não tenho um curso exatamente. Penso em montar workshops com casais, que possa os dois realmente. Eu não tenho nada montado, mas tenho projetos que estão caminhando para isso. Isso já acontece em algumas casas, como no próprio Dominatrix, nós fazemos as festas lá. Eles são abertos a receber esse público, essas pessoas também que tem curiosidade de conhecer. Realizo sessões com casais, procuram, acontece bastante. É pelo meu site, minhas redes sociais.
NP: Como eles te encontram, como é a rede social?
CH: É Mistress Charlotte e o site é www.mistress-charlotte.com.
NP: Tá perfeito, querida. Ai, adorei a entevista!
CH: Ah, eu tenho uma coisa que eu trouxe para você.
NP: Ai, gente! Não é um salto alto.. que que é?
CH: Da próxima eu juro que trago um salto. Mas é uma coisa legal também, um calendário…
NP: Eu amo calendário, eu tenho coleção de calendário, sabia?
CH: A gente quis trazer essa ideia, reviver essa ideia do calendário e enfim, montamos esse calendário. Reuni essas minha amigas que a gente faz a festas.
NP: Adorei! Gostei muito.
CH: Ah, que bom!
NP: Muito obrigada pela participação no programa.
CH: Eu que agradeço e foi uma honra muito grande. Adorei o bate papo!
E agora nossa xgirl!
NP: E agora nós vamos chamar uma mulher que vai dominar os seus sentidos. A nossa xgirl.
E o programa terminou com a maravilhosa xgirl Debora Porto, uma loira de olhos verdes linda e gostosa, que ficou nua em um ensaio sensual que exibe suas curvas e vai te deixar louco.