Neste episódio Nicole Puzzi entrevista Mayara Rios, modelo e fotógrafa de ensaios nus. No episódio 4 da quarta temporada de Pornolândia elas conversam sobre a nudez na internet, a delicadeza dos clicks fotográficos e a entrega necessária para se alcançar os resultados desejados na fotografia. Uma conversa delicada que você poderá ler na transcrição a seguir, ou assistir diretamente no Canal Brasil na Globoplay.
Nicole Puzzi: Quando uma mulher, que nos acostumamos ver sendo fotografada, passa a registrar imagens de outras pessoas não significa que está roubando o lugar dos homens. Está ocupando um lugar que também é dela, como todos os outros lugares. Mayara Rios ocupa o lugar de fotógrafa com suavidade e força. E terminamos o programa com a sempre sagrada xgirl.
A Mayara Rios e a fotografia
Mayara, como você é bonitinha! Mais bonita, porque você é pequenininha, você é graciosa. Nossa!
Mayara Rios: Muito obrigada!
NP: Mas é mesmo, gostei! Eu queria saber das principais diferenças da Mayara antes e depois da fotografia.
Mayara Rios: Muita assim, outro ser humano! Até porque eu comecei com a fotografia eu tinha 15 anos, então eu era muito novinha. Eu tinha outra cabeça, queria fotografar outras coisas. E foi mais por um hobbie mesmo. E depois que eu comecei a fotografar, eu abri minha mente, assim, de um jeito que eu me entendi melhor, comecei a entender as pessoas melhor. Eu virei, realmente, uma outra pessoa. Não me vejo mais como aquela Mayara de antigamente.
As mulheres na fotografia de nudez
NP: Agora, nos anos 90, tinham muitas modelos e poucas fotógrafas. Eu me lembro que, na minha época, no início dos anos 80, tinha uma fotógrafa que fazia para status Playboy, que era a Ella Durst. Só ela! Não tinha outra mulher. Como que é isso, heim? Está havendo uma mudança.
MR: Sim! Eu acho extremamente positivo, né. Acho que, realmente, a partir dos anos 90, quando a mulher começou a buscar mais, isso foi criando um espaço para a mulher no mercado de trabalho, não só nessa área, mas como em qualquer área. E a mulher entendeu que ela tem que fazer o que ela gosta, que ela não precisa estar também apenas por detrás das câmeras. Por exemplo, eu também já posei. Esse foi meu primeiro contato com a fotografia de nu. Então, eu fui entendendo que, além de eu posar, eu gosto muito de fotografar e proporcionar essa sensação para outras mulheres.
A nudez na internet
NP: Agora, eu queria saber uma coisa de você. Com essa popularização de nude na internet, e a mulherada tira foto com as coisas de fora, enfim. Quais os aspectos positivos e negativos que você vê nessa… não é vulgarização… nessa mania da internet?
MR: Olha, eu acho que assim, o positivo é talvez o mais óbvio. A mulher consegue entender que ela pode fazer o que ela quiser com o corpo dela e que ninguém pode julga-la por isso. Mas também tem o lado negativo que eu vejo, que tem meninas muito novas, até menores de idade, que acabam se expondo. Esse é um dos aspectos que eu acho negativo. Porque, querendo ou não, acaba…
NP: Se expondo.
MR: Se expondo, de uma maneira que, provavelmente, ela vai se arrepender mais para frente.
O diferencial de Mayara Rios
NP: Verdade, não tem maturidade suficiente. Agora, com esse volume todo de nudez na internet, com essa história toda de todo mundo fotografando pelada… Eu não fotografo mais pelada para a internet. Não dá, gente, não tem como! O que é que seu trabalho tem de diferente?
MR: Olha, eu, geralmente, tento me conectar de uma forma muito sincera com todas as pessoas que eu trabalho. Então, eu recebo muitas mensagens das meninas que já posaram para muitas outras pessoas, mas que nunca se sentiram retratadas tão fielmente quanto no meu ensaio. Eu acho que isso é muito da entrega que a gente tem, mesmo, né. Porque, querendo ou não, é uma via de mão dupla. Eu tenho que me entregar muito, eu tenho que passar uma confiança. E isso busca na mulher o que ela vai passar para mim. E assim, eu acho que essa é a principal diferença. Eu amo todas as mulheres que eu fotografo, são pessoas que eu tento ao máximo manter contato, tento ver, eu realmente torno elas minhas amigas. E eu acho que essa sinceridade transpassa para as outras pessoas.
Erotismo x pornografia
NP: Erotismo e pornografia. Você diferencia os dois?
MR: Olha, eu acho que, talvez, tenha uma pequena diferença, mas acho que eles caminham juntos, lado a lado. Eu aprendi uma vez na escola, muito tempo atrás, que o erotismo é a poesia do sexo. Então, eu acho que talvez ele tenha uma pegada mais leve, nada muito explícito. E ele acaba criando mais na imaginação de quem está vendo do que algo que está realmente ali explícito com talvez seja na pornografia.
Mas para o meu trabalho, eu geralmente tento não ir para um lado, nem para o outro. Eu simplesmente vou indo conforme a situação. Vou percebendo se ela quer tirar a blusa, se ela quer ficar totalmente nua. Tenho mutos ensaios também que não tem nudez nenhuma, mas que, querendo ou não, traz um lado da mulher sensual, porque ela sente assim. Parece que entra em um personagem realmente. Então, isso fica muito nítido, né. Querendo ou não, a mulher vai indo para um lado pornográfico, um ensaio erótico, simplesmente um ensaio feminino mesmo, onde ela se abre para mim e eu me abro para ela.
Os projetos de Mayara Rios
NP: Agora eu quero saber dos seus próximos trabalhos, onde a gente pode te encontrar, os teus projeto.
MR: Agora eu estou em um projeto, mais ou menos um workshop, mais voltado para as mulheres que posam. Eu vejo muitos fotógrafos que fazem workshop para fotógrafos. Eu estou com um grupo de amigas que a gente quer fazer um que a gente chame a mulher, que a gente explique a importância da fotografia para ela e que ela tenha essa vontade para a gente conseguir proporcionar para ela essa experiência. Para ela entender, saber um pouco mais.
A gente vai chamar uma garotas que posam bastante também para conversar, explicar como funciona tudo. E para eu dar para a mulher essa sensação quando você entrega as fotos para ela e ela está completamente realizada. “Nossa, um lado meu que eu não conhecia”. Isso para mim é o essencial assim. É o que me torna muito feliz na fotografia e é isso que eu quero proporcionar para elas, por isso esse encontro.
Eu não estou muito com os sites agora. Meu trabalhos, geralmente, eu posto no Instagram. Eu sempre tento mandar para as revistas online, então eu já tenho ensaio publicado na VIP, na TRIP, na Playboy, na parte online. E, também, inclusive, revistas de fora. Eu acho que esse é o caminho, você sempre causar a melhor sensação que você pode. Eu me entrego 100% para isso e acho que isso é completamento importante para a mulher, para ela se entender, se amar e entender as outras mulheres também.
Ela é uma gracinha!
NP: Gracinha! Imitei a Hebe, mas é. Olha, eu acho que toda mulher é bonita, toda mulher tem sua beleza. E sempre vai ter um homem que vai gostar da mulher daquele jeito que ela é.
MR: Com certeza!
NP: É! E agradeço muito a sua participação.
MR: Eu que agradeço, foi um prazer!
NP: Você é muito fofa, vou fotografar com você!
MR: Por favor, vamos sim. Nossa, quando você quiser.
NP: Que gracinha! Muito obrigada, amor.
MR: Obrigada Você!
NP: E agora a nossa belíssima xgirl!
A nossa Xgirl
E o programa terminou com a maravilhosa Xgirl Alekssandra Yalova, uma ruiva gordelícia, que ficou nua em um ensaio sensual que vai realçar a sua beleza curvilínea.