Entrevistamos Maurício Porão. Conheci o Porão faz tempo, não lembro mais em quais circunstâncias e desde então estamos combinando pra ele fazer umas fotos pra Xplastic.
1) Qual sua formação?

Sou formado em Jornalismo pela Facha do Rio de Janeiro. Nunca exerci!

2) Quando e em que circunstâncias você descobriu que seria um fotógrafo?

Desde minha adolescência eu era meio estranho e solitário. Fotografar sempre foi um alívio existencial!

3) Quais fotógrafos influenciam seu trabalho?

O meu amigo falecido Dida, um punk antigo muito conhecido nos undergrounds da capital carioca nos anos 80 e 90. Ele me ensinou que tudo que diziam que não poderia ser feito no laboratório era babaquice! Partiu dessas para uma melhor em 2005, deu mole com a porra da AIDS. Sinto muito a sua falta, ele era muito engraçado! Também citaria o Rubber, também carioca, professor de art nude. Foi nas suas workshops em casarões abandonados do Rio, que aprendi a lidar com a questão do corpo sensualizado tanto feminino quanto masculino. Após as aulas de sábado, íamos juntos aos cabarés/prostíbulos do Largo do Machado para conversar com as meninas e acertar cachês para que elas posassem para nós. Era legal o respeito que eu percebia por parte delas para com ele.

4) Além da fotografia que outras expressões artísticas te interessam e como elas influenciam seu olhar de fotógrafo?

Curto música, muita música! Bem mais do que fotografia! De um blues soturno do cego Brain Lee à mais blasfêmica faixa do Belphegor! Tudo me inspira em termos musicais não comerciais.

5) Quando e como foi sua primeira vez fotografando nudez?

Justamente nas worshops com o Rubinho (Rubber)! Dali passei a trazer a coisa um pouco mais para o meu universo, fotografando góticas, punks e bangers desnudas.

6) Qual seu equipamento básico para um ensaio e qual o equipamento dos seus sonhos?

Canon 7D, Lente 16m x 35m e uma tele zoom até 200m. Não tenho grandes ambições quanto a equipamento pois para o que me proponho a continuar fazendo artisticamente/fotograficamente o que vale mesmo é quem está manuseando. Mas é claro que uma Mark V (e daí pra frente!) é um sonho de consumo!

7) Fale um pouco sobre este ensaio que será publicado aqui no site xplastic.
Quais suas ambições artísiticas?

Conheço a May Faz alguns anos! A gente se conheceu por intermedio de um amigo em comum na Baixada Fluminense, num contexto rocker boêmio! Nem foi num lance de fotografia e tals…creio que rola uma certa confiança entre nós. Realizar mais um ensaio sombrio (pois só sei fazer desse jeito) com ela é uma honra, pois mais uma vez estou participando de uma fase importante e legal de sua vida. O site também é muito legal! Curto a vibe toda!
Só espero poder continuar fazendo o que tanto amo: fotografar Mulheres Lindas e Interessantes e ter algum reconhecimento digno e respeitoso!

8) Bate bola:
– Moda x Pornografia:
Tem Moda boa e Moda ruim! Tem Pornografia boa e Pornografia ruim! Traduzindo: Nan Godin misturado com alguns ensaios do Suicide Girls!

– Canon x Nikon:
Canon sempre!

– Um fetiche:

Vaginas aparadinhas! Sabe? Tipo a May costuma usar!

– A modelo perfeita:

Ah!!! vamos ao óbvio: Mayanna Rodrigues!

9) Sua foto favorita no set que vai entrar para a xplastic e o porque.

A parte da escada! Traduz exatamente o que busco quando fotografo uma garota gostosa! Algo fino e tosco simultaneamente! E tava rolando de fundo o som progressivo da banda Camel (sim, fiquei chato o suficiente depois dos 40 para curtir esse tipo de banda também) que deu todo um clima esquisito!

10) Quais suas principais conquistas como fotógrafo?

Ganhei um prêmio uma vez , quando ainda era fotojornalista freelancer! Foi na época do segundo Rock In Rio! O tema era “Rock In Rio Por um Mundo Melhor! ” Mandei uma foto que eu tinha feito em Machu Pichu na mesma época e ganhei! O prêmio eram entradas de graça para todos os dias do evento com direito a acompanhante!