Neste episódio Nicole Puzzi entrevista Marco Cidade, cineasta que produz filmes pornográficos. No episódio 23 da quinta temporada de Pornolândia elas conversam sobre o rumo das produções pornô, as prefências do público e os desafios desta indústria. Uma conversa divertida que você poderá ler na transcrição a seguir, ou assistir diretamente no Canal Brasil na Globoplay.
Nicole Puzzi: A pornografia chegou ao Brasil em 1982 com o lançamento do filme “Coisa Eróticas”. E, a partir daí, cresceu como erva daninha. O público só queria saber de sexo explícito. Para atender a demanda, a qualidade dos filmes despencou. Não precisava mais de história, luz, beleza. A pornografia reduziu o sexo a um big close genital. No século 21, a pornografia se tornou gratuita e mais fácil de encontrar do que água potável. Agora a grande dúvida do mercado é saber para vender pornografia novamente. O diretor Marcos Cidade vai nos contar como o cinema se mistura com o mercado adulto e vamos descobrir o que o Sexy Hot busca com suas novas produções. Nossa xgirl termina o programa mostrando que beleza e sensualidade são a combinação perfeita.
Pornô e cinema – o estilo de Marco Cidade
NP: Qual a sua formação e experiência em cinema?
Marco Cidade: A minha formação foi… comecei trabalhando muito na produtora ali, que era do A2 ali. E comecei a filmar esporadicamente como assistente do assistente do assistente, tipo, sei lá, demitir spots. Aí comecei de leve como câmera, como essas coisas, e comecei a fazer uns cursos no DRC mais de edição, de fotografia, uns cursos bem básicos. Depois eu realmente decidi fazer cinema, na verdade eu ia fazer em Buenos Aires, aí eu tive um acidente de carro que me impossibilitou de ir assim. E eu fiz no Inspiratoruim de formação de 2 anos, mas eu já estava trabalhando na área em umas produtoras. Aí foi indo aí.
NP: E por que misturar cinema com pornografia?
Marco Cidade: Pô, porque eu gosto muito de cinema e gosto muito de pornografia. Acho que os dois tem que se unir aí.
NP: Você sempre foi vida louca né?
MC: Um pouco.
NP: Quer dizer, não digo na sua vida profissional. Estou dizendo na cabeça. Às vezes a pessoa vida louca para mim significa a pessoa de cabeça extensa mentalmente.
MC: Ah, sempre! Um pouquinho aí, sempre fui pelo caminho mais difícil da vida, mas, graças a deus, me forneceu muitas coisas boas e muitas oportunidades diferentes.
A mudança das produções
NP: O mercado pornô tradicional né, no momento, está buscando maior qualidade para as produções pornográficas. Você acha que isso está voltando agora?
MC: É, está começando a rolar, graças a deus, umas produções mais que você consegue trabalhar com uma estrutura mais de cinema, que para mim ajuda muito. Mas, mesmo quando não rolava umas estruturas tão, eu já tentava… sabe, as primeiras gravações eu fiquei… sempre saia -1, -2 do filme assim. Mas eu fazia de tudo para… Hoje em dia, eu coloco tudo no papel isso e vejo que até me forneceu coisas boas. Por causa disso eu estou chegando aonde estou chegando e sei lá. Graças a deus, hoje a gente pode trabalhar com uma estrutura, com uma equipe e tal, todo mundo que está comigo desde o começo eu sempre chamo, está sempre mais empolgado até quem acompanhou desde o começo que era mais difícil de gravar, e agora tendo parada com mais história e tal .
NP: Como o pessoal do pornô mais antigo, tradicional vamos dizer assim, está lidando com essa mudança em busca de qualidade do pornô atual?
MC: Eu acho que teve essa mudança, mas como eu já estava acostumado a querer fazer uma coisa boa desde o começo, para mim não foi uma coisa muito drática. Mas tem muita gente aí que acha que é o pornô bugnights ainda, que aquilo, não pensa muito em história. Eu acho que é muito pessoal, assim. Às vezes o que gravo não é a mesma coisa que eu assisto em casa como pornografia, sabe? Eu produzo um material que não é, às vezes, o que eu vou ver. Mas eu produzo o que eu seu que vai ficar bom, que tem público para isso.
No set com Marco Cidade
NP: Então vamos fazer o seguinte: a gente vai lá para o set do Marco Cidade para ver como funciona tudo isso!
NP: O que eu acho curioso é que ele é todo assim, mas ele tem uma meiguice, né? Mas de meigo não tem nada, não. Talvez tenha! Um dente de ouro, que é fantástico. Gostei do seu tipo, achei legal!
MC: Obrigado!
O público e as exigências
NP: Voltando a falar de cinema, você acha que hoje o público está mais exigente ou esse pessoal está se contentando com aquele pornô que tem na internet?
MC: Olha, depende muito, assim. Porque a gente está vivendo uma era do pornô que muita gente fala uma coisa e muita gente fala outra. Igual é falei, eu estou gravando um tipo de produto que não é necessariamente o que eu… Eu sei que está muito bom, muito bonito esteticamente, é o que eu quero filmar, eu nem consigo filmar amador.
Eu já fui chamado para filmar coisas amadoras e nunca me dei bem assim, nunca bateu assim, eu não consigo fazer. Mas eu vejo que está rolando essa parada de muita gente ter o pornô feminista e tal. E é muito bom isso, porque começou a dar muita voz, e começou a dar muita embrasão a outras produtoras a gravar o mesmo conteúdo. Mas, ao mesmo tempo, eu vejo que muito amigo meu não mudou muito, não vão parar para ver isso, acabam vendo amador. E muita amiga minha, que eu também acho que está vendo isso, mas está vendo amador. Não dá muito para falar, não dá para saber muito, assim.
E se ela fizesse pornô?
NP: E se a sua namorada quisesse fazer um filme pornô?
MC: Por mim, tranquilo! Tranquilo.
NP: Você ia dirigir na boa?
MC: Ah, eu dirigia sim! Quando eu namoro, às vezes eu sou um pouco ciumento, mas não dá para saber. Hoje em dia, faz tempo que eu não namoro, então não sei muito. Mas eu acho que é um trabalho igual outro. E eu filmando esses casais hoje em dia, eu vejo que não é mais um bicho de sete cabeças. Se for com uma equipe, com um elenco legal, não vejo problema nenhum, é um trabalho como qualquer outro assim.
O futuro do ponô segundo Marco Cidade
NP: E você como cineasta, como vê o futuro da pornografia no seu trabalho?
MC: Eu fico até meio preocupado, porque eu penso muito que a câmera, camgirls tomaram um espaço muito grande na pornografia. Agora, mesmo rolando as produções grandes, eu não sei como vai estar daqui a 5 anos. Não sei como vai estar o Brasil daqui 5 anos.
NP: Ninguém sabe.
MC: Então, eu comecei até a investir em termos de clipes de música de alguns amigos e tal. Mas é isso, assim, eu atiro para tudo que é lado, não sei o dia de amanhã. Não posso apostar todas minhas fichas, não sei como vai estar a economia, como vai estar isso. Mas eu penso em daqui uns 2/3 anos começar a gravar fora, eu queria morar fora e gravar fora.
Um longa pornográfico?
NP: Você nunca pensou em fazer um longa pronográfico?
MC: Olha, eu pensei em muita coisa. Fazer um longa pornográfico… é uma coisa que a gente está começando a estudar com outras produtoras é fazer um remake dos chanchadas famosos. Mas com conceito de diretor, pegar as pessoas que estavam lá e colocar de figuração, fazer uma doideira aí.
NP: Fazer o sexo à sério.
MC: Sim. E outra coisa que eu quero fazer é um musical pornô, mas é muito difícil assim, o projeto todo. Mas um dia vai rolar, por isso chama projeto, né? Mas antes de morrer eu vou tentar fazer.
NP: Tá certo, tá certo. Gostei de falar com você, Marco!
MC: Pô, obrigado, aí. E desculpa aí você escutar tanta groselha!
NP: Você é muito engraçado!
A nossa Xgirl
E agora nós vamos para a nossa pornográfica xgirl.
E o programa terminou com a sexy xgirl Luana Wolf, uma mulher negra com os cabelos rosas, que ficou nua em um ensaio sensual que mostra com ela é dona de si. É uma delícia!