Questionar os padrões da pornografia e exibir uma variedade cada vez maior de rostos e corpos diferentes e em experiências variadas é uma busca e um mantra interno aqui da Xplastic. Porém não estamos sozinhos nesse mercado, algumas produtoras se destacam por trazer um trabalho diferenciado que tem como objetivo ser muito mais profundo e importante para a sociedade em geral. Uma destas produtoras é a AORTA Films, das americanas Mahx Capacity, Ginny Woolf e Parts Authority, e por isso mesmo mandamos umas perguntas para conhecer ainda mais sobre o trabalho delas e esse jeito diferente de fazer pornografia.

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Entrevista com AORTA Films

Segue abaixo o conteúdo da entrevista traduzido e no final do post você pode ver tudo no original em inglês:

Xplastic: Quantos anos vocês têm? E onde nasceram e vivem hoje em dia?

Parts: Nós temos por volta de 30 anos. Vivemos no Brooklyn em Nova Iorque e somos nascidas e criadas em Maryland, perto de Washington.
Mahx: Parts e Ginny se conhecem desde que nasceram e elas cresceram juntas. Eu conheci a Parts por volta de 10 anos atrás, começamos a fazer performances de dança juntas, e eu depois conheci a Ginny através da Parts. Todas moramos juntas por um período (Eu e a Ginny ainda moramos) e somos boas amigas. Começamos a fazer pornô juntas há uns 2 anos atrás.

Xplastic: Como seu país lida com questões relacionadas ao trabalho envolvendo sexo?

Ginny: É complicado, mas ainda notamos nosso país como muito regressivo em termos políticos. Muitas formas de trabalho envolvendo sexo ainda são criminalizadas nos E.U.A (por exemplo, prostituição em bordéis ainda é ilegal na grande maioria do país com exceção de alguns lugares em Nevada), porém a execução destas leis é deixada para cada estado. Fazer pornografia é legal em Nova Hampshire e Califórnia, e em grande parte pode ser defendida pela primeira emenda do país, que dá direito à liberdade de expressão. Porém a suprema corte americana declarou “obscenidade” como ato não defendido pela primeira emenda, e deixou a definição aberta para interpretação. Então a pornografia é protegida como direito desde que (e somente se) a corte suprema não (talvez arbitrariamente) a defina como obscena. Existe muito estigma em torno do trabalho sexual e da pornografia, como também com a sexualidade de uma forma geral.

Xplastic: Qual foi seu primeiro contato com a pornografia?

Ginny: Eu comecei a assistir pornô quando eu era relativamente nova, talvez 13 anos, algo assim. Eu a utilizava como uma exploração da minha própria sexualidade (às vezes somente o espectro da sexualidade humana no geral) em um tempo em que eu estava constantemente sendo alertada sobre vitimização. As pessoas estavam tão atentas que eu sabia que poderia “somente dizer não” que elas raramente falavam comigo sobre desejo. Sendo uma adolescente, era como se eu não tivesse nenhum, o que é bem desumanizador se você parar pra pensar. Sexualidade e desejo e trabalho são partes tão gigantes no processo de amadurecimento, e a pornografia me deu a chance de explorar essas coisas eu mesma. Nem sempre foi ético, na real eu me sentia mais confiante quando o que eu estava assistindo não era eticamente produzido (como a grande parte do que consumimos). Eu quero fazer pornô que minha versão mais jovem tivesse orgulho de assistir.
Mahx: O primeiro pornô que eu assisti foi “Edward Penis Hands” (Edward Mãos de Pênis) em uma festa na faculdade. Foi meio que engraçado mas na verdade nojento, e ninguém falava de forma aberta sobre o tipo de pornô que eles realmente assistiam, ou o que verdadeiramente excitava-os. Eu não comecei de fato a ver pornografia até depois da faculdade, e a grande maioria não prendia a minha atenção. De vez em quando eu assistia algo que me chamava atenção, mas a maioria era apenas estúpido e sem coração. Eu tive sim várias experiências como adolescente em assistir coisas que eu sentia como eróticas. A maior parte em filmes de ação – como em batidas em câmera lenta, explosões – e algumas em performances de dança ao vivo – ter a oportunidade de ver corpos. Eu me sentia bem excitada em assistir coisas com essa beleza máxima mesmo que não fossem sexuais. Me lembro de ver o segundo filme do Matrix quando estreou no cinema e foi quase orgástico assistir algumas das cenas de luta. Eu não acho que tinha sentido isso assistindo pornô até que comecei a ir em festas sexuais e ver as pessoas transando ao vivo. Aquilo foi extremamente atraente e excitante de assistir, e por aí eu consegui encontrar esse estilo de sexo em pornô homo. Mas eu ainda fico com tesão assistindo quase qualquer coisa em câmera lenta.

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Xplastic: Em que momento e o que fez vocês pensarem que também poderiam ser profissionais do sexo?

Parts: Nós três temos uma tradição de anualmente fazer um ensaio nu como uma maneira de celebrar nossos corpos e nossa amizade. Estar confortável em nossos corpos é um fator gigante e todas somos artistas.
Ginny: Eu fazia strip em um clube de Nova Iorque por um breve período no começo do meus vinte anos, eu insistia não ser uma profissional do sexo. Talvez pelo estigma que tantas pessoas acabam associando ao trabalho sexual ou pelo meu próprio desconforto. Foi só quando começamos a fazer pornografia nos últimos anos e conversando com outras pessoas da indústria, outros profissionais do sexo, que eu senti que poderia utilizar esse título. Agora eu me sinto honrada por ele.

Xplastic: Que tipo de conteúdo a AORTA Films produz atualmente e como as pessoas podem encontrar o trabalho de vocês?

Parts: A AORTA Films produz novos vídeos e fotos todo mês! Você pode nos encontrar em http://www.aortafilms.com/.
Para ter acesso completo ao nosso site e aos vídeos que fazemos, você deve ir a um site chamado Patreon e se tornar nosso apoiador por $9 doláres por mês – isso pode ser feito aqui: http://www.patreon.com/AORTAfilms. Também temos alguns dos nossos filmes mais antigos à venda aqui: http://www.etle.info/presale/?category=The+OH+Files.
E você pode nos encontrar no Instagram como @AORTAfilms.

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Xplastic: Qual a sua função na AORTA films?

Mahx: Ginny, Parts e eu administramos a AORTA Films como um coletivo, e nós compartilhamos a responsabilidade de manter essa pequena empresa rodando. Cada uma de nós tem um leque de habilidades para oferecer. Ginny e Parts são fundamentalmente atrizes e produtoras, e eu sou prioritariamente diretora e produtora. Eu comecei a atuar em alguns filmes, e Ginny e Parts começaram a ter uma participação mais criativa também, então todas fazemos de tudo. Acabamos de adicionar uma quarta pessoa ao nosso coletivo, a maravilhosa Bunny Wolfcave que é uma expert em redes sociais. Ela se juntou ao nosso time para nos auxiliar a alcançar cada vez mais pessoas. Queremos continuar expandindo!

Xplastic: Quais são suas principais referências para criar seus trabalhos cinematográficos?

Mahx: Eu tenho um conhecimento sobre performance experimental (algo entre dança e arte performática), então eu acho que muito do meu trabalho tem referência desse tipo de arte. Eu prefiro que as performances sejam autênticas e sem roteiro, ao invés de apresentações que tentam atuar ou fazer mímica de algo, e eu estou interessada em tirar coisas dos atores que sejam inesperadas. Estou mais interessada em fazer algo intrigante do que fazer algo sexy de uma maneira já esperada. Visualmente, acho que sou muito atraída pela exuberância e estéticas extremas. Sou muito fã de filmes de ação e sci-fi, e amo tentar recriar algo desses filmes com grandes orçamentos e qualidade super HD em um filme “faça você mesmo”.

Xplastic: Quais livros vocês recomendariam para alguém que acabou de completar 18 anos?

Ginny: Coming Out Like a Porn Star (uma coleção de ensaios escritos por pornógrafos e editados/compilados por Jiz Lee), Náusea (Jean-Paul Sartre), Os Demônios (também chamado de Os Possessos, por Fyodor Dostoyevsky), O Conto da Aia (Margaret Atwood).
Mahx: Teoria King Kong por Virginie Despentes, Testo Junkie por Paul Preciado, The Feminist Porn Book, Ensaios da Barbara Creed sobre o monstruoso-feminino no filme Alien.

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Xplastic: Vocês consomem pornografia atualmente? O que amam e o que odeiam em termos de pornô?

Parts: Qualquer pornô que não é feito sobre consentimento explícito da atriz está definitivamente na lista de ÓDIO. Somos grande fãs do homo, e do pornô faça-você-mesmo que está por aí. Amamos a série Crash Pad. Cinematograficamente temos uma queda pelo Four Chambers.
Mahx: Eu assisto um pouco de pornografia atualmente – amo o Four Chambers, FTM Fucker, etc. Mas eu gosto mais de ver pessoas transando ao vivo do que assistir a pornô. Eu preferiria assistir qualquer produção super exuberante da mídia (filmes de ação e ficção científica, Westworld, Planeta Terra, Chef´s Table, etc.) para uma inspiração cinematográfica. Eu amo ver pornografia que é inesperada – mesmo que me faça ter vergonha alheia, rir ou me excitar, para mim ver algo novo é o que existe de mais excitante. Eu também amo ver algo que tenha um poder de permanecer – onde eu me encontro pensando sobre de novo e de novo e de novo.

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Xplastic: Como a pornografia pode contribuir positivamente para a sociedade?

Parts: Nós acreditamos que dar visibilidade a corpos realistas e diversos tendo entusiasticamente e com consentimento experiências é algo positivo em que podemos contribuir com a sociedade. E oferecer pornografia ética para pessoas em um preço acessível.
Ginny: Assistir a pornografia quando eu era mais jovem me deu acesso a partes do meu desejo que seriam completamente ignoradas ou suprimidas de outra forma. Eu acredito que a pornografia pode ajudar as pessoas a acessar seus desejos e desenvolver um amor próprio e autoconhecimento mais profundos. Pornô deve ser produzido de forma ética, como a Parts diz, de maneira a ser considerado uma contribuição positiva.
Mahx: Eu também acho que o pornô tem poder de validar indivíduos – Acho que é uma maneira de dizer que não tem nada errado em ter um corpo, ou um coração, ou um orgasmo. Que todos somos humanos animais, e que queremos foder e sobreviver e amar e ser amados. Eu acho que o pornô homo especialmente tem um jeito de lutar por pessoas que são desvalorizadas ou oprimidas pelo resto majoritário da sociedade – é uma maneira de dizer que apenas tolerar as diferenças de outra pessoa não é o suficiente – ao invés disso nós vamos lutar pelo seu próprio prazer, pela sua completa e complicada luxúria humana. É uma maneira de se conectar, de abrir você mesmo para a intimidade, vulnerabilidade e poder de outra pessoa.

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Xplastic: De onde veio o nome Aorta Films?

Mahx: Existe um póster no meu quarto de um coração, e todas suas partes estão etiquetadas. Eu olhei pra ele um dia e tive um CLICK! – AORTA! Eu curto isso, é como se estive indo pra jugular – parece poderoso e cheio de vida!

Xplastic: Qual é o modelo de negócio da Aorta?

Mahx: Nós trabalhamos com um modelo de assinatura via Patreon, onde os apoiadores podem pagar $9 dólares por mês para ter acesso completo ao nosso site. Também temos alguns poucos apoiadores que nos permitem trabalhar em projetos maiores e arriscarmos um pouco mais, e estamos sempre animados para conhecer parceiros que queiram ajudar a trazer nosso trabalho à vida. Somos bem desconexos e trabalhamos no esquema faça você mesmo.

Xplastic: O que você conhece sobre o Brasil?

Parts: Eu conheço alguns brasileiros bem criativos.
Ginny: Eu nunca estive, porém eu imagino uma paisagem muito bonita e variada, e uma cena artística vibrante/intensa.
Mahx: É um dos meus objetivos para o próximo ano aprender português. Meu tio e tia passaram um bom tempo no Brasil como parte da igreja deles, e as histórias e fotos deles sobre esse período são sensacionais. Do que eu sei sobre a cena pornografica no Brasil, parece ser inventiva e excitante. Estamos felizes de conhecer um pouco melhor a cena através desse contato com vocês!

Entrevista feita por Roy

Não deixem de conferir e (se possível) apoiar o projeto da AORTA Films no Patreon. Elas são verdadeiras agentes de uma mudança significativa no modo de se pensar e fazer pornografia.
Acompanhem também o trabalho delas em http://www.aortafilms.com/ e no instagram https://www.instagram.com/aortafilms/.

Original em inglês:

Xplastic: How old are you? And where you guys born and lives nowadays?

Parts (@Call_me_partsauthority): We are all about 30 years old.  We live in Brooklyn, NY and were all born and raised in Maryland, near Washington D.C.
Mahx (@MahxCapacity): Parts and Ginny have known each other since before they were born and they grew up together. I met Parts about ten years ago, and we started making dance and performance works together, and so I met Ginny through Parts. We all lived together for a while (Ginny and I still do) and are good freinds, and we started making porn together about two years ago.

Xplastic: How your country deals with issues related to sex work?

Ginny (@GinnyWoolfX): It’s complicated, but our country still feels very regressive in terms of its policies. Many forms of sex work are criminalized in the U.S. (for example, brothel prostitution is illegal in the vast majority of the country with the exception of some parts of Nevada) but the enactment/enforcement of these laws is left up to individual states. Making pornography is legal in New Hampshire and California, and can be generally defended under our country‘s 1st Amendment, which gives the right to free speech. However, our Supreme Court has declared “obscenity” unprotected by the 1st Amendment, and left its definition open to interpretation, so porn is protected only insofar as the highest court does not (perhaps arbitrarily) define it as “obscene.” There’s a lot of stigma around sex work and pornography, as well as just sexuality in general.

Xplastic: What was your first contact with pornography?

Ginny: I started watching porn when I was relatively young, maybe 13 or so. I used it as an exploration of my own sexuality (sometimes just the spectrum of human sexuality in general) at a time when I was often being warned about victimization. People were so intent that I know that I could “just say no” they very rarely talked to me about desire. Being a teenage girl, it was as if I didn’t have any, which is pretty dehumanizing if you think about it. Sexuality and desire and agency are such enormous parts of coming-of-age, and porn gave me the chance to explore those things on my own. It wasn’t always ethical; in fact I feel confident much of what I was watching was not ethically produced (like so much of what we consume). I want to make porn that my younger self would have felt proud to watch.
Mahx: The first porn that I ever saw was “Edward Penis Hands” at a party in college. It was kind of funny, but mostly just gross, and no one was openly talking about what kind of porn they did watch, or what actually turned them on. I didn’t start really watching porn until after college, and most of it didn’t grab me. Every once in a while I’d see something that would catch my attention, but most of it was kind of mindless and heartless. I did have a lot of experience as a teen watching things that felt erotic to me. A lot of it was in action movies – slow motion car crashes, explosions – and some of it was in live dance performance – getting to watch bodies. I felt very turned on watching things that had maximal beauty to them even if they weren’t meant to be sexual – I remember seeing the second Matrix film when it came out in the theaters and almost orgasming watching some of the fight scenes. I don’t think I ever felt that way watching porn until I started going to sex parties and seeing people fuck live – that felt HUGELY compelling and exciting to watch, and then from there, I was able to find that kind of fucking in queer porn. But I still get turned on by watching just about anything in slow motion.

Xplastic: At what time, and what made you think that you could also be a sex worker?

Parts: The three of us have a tradition of doing a yearly nude photoshoot as a way to celebrate our bodies and friendship. Being comfortable with bodies is a big factor, and we’re all performers.
Ginny: I stripped at a New York club briefly in my early 20s, and insisted that I was not a sex worker, maybe because of the stigma that many people associate with sex work/my own discomfort. It wasn’t until we started making porn in the past couple of years, and and talking to other people in the industry, other sex workers, that I felt like I could start to own the title. Now I feel honored by it.

Xplastic: What kind of content AORTA Films produces today and how people can find your work?

Parts: AORTA films produces a new video and new photos every month!  You can find us at http://www.AORTAfilms.com. To get full access to our site and the videos we make, you have to go to a site called Patreon and become a backer for $9/month – you can do that here: http://www.Patreon.com/AORTAfilms. We also have a few of our older films for sale here: http://www.etle.info/presale/?category=The+OH+Files. You can also find us on instagram as @AORTAfilms

Xplastic: Whats is you role at AORTA Films?

Mahx: Ginny, Parts and myself run AORTA films a collective, and we share the administrative responsibility of keeping our small company running.  We each have different skill sets that we bring to the table.  Ginny and Parts are primarily performers and producers, and I’m primarily the director and producer. I’ve started to perform in a few films, and Ginny and Parts have started to have more of a creative role as well though, so we all sort of do everything. We just added a 4th person to the collective, the amazing Bunny Wolfcave who is a social media expert–she’s joined our team to help us reach more people. We want to keep expanding!

Xplastic: What are your main references to create your cinematic works?

Mahx: I come from an experimental performance background (kind of somewhere between dance and performance art), so I think a lot of my work references those values. I prefer performances to be authentic and un-scripted rather than performers acting something out or miming something, and I’m interested in pulling things from performers that are unexpected. I’m more interested in making something interesting than making something that’s sexy in an expected way. Visually, I think I am very enamored of lush and maximal aesthetics. I am a huge fan of action and sci-fi movies, and love trying to get some of that big-budget super HD luxe feel on a super small DIY budget.

Xplastic: What books would you recommend for someone who just made 18?

Ginny: Coming Out Like a Porn Star (a collection of essays written by pornographers, edited/compiled by Jiz Lee), Nausea (Jean-Paul Sartre), Demons (also called The Possessed, Fyodor Dostoyevsky), The Handmaid’s Tale (Margaret Atwood).
Mahx: King Kong Theory by Virginie Despentes, Testo Junkie by Paul Preciado, The Feminist Porn Book, Barbara Creed’s essay on the monstrous feminine in the movie Alien.

Xplastic: Do you consume pornography today? What you love and what you hate in terms of pornography?

Parts: Any porn that is not made with explicit performer consent is definitely on the HATE list. We’re big fans of all the queer, do-it-yourself porn out there.  Love the Crash Pad series. Cinematically we totally swoon for Four Chambers.
Mahx: I watch some porn nowadays – love Four Chambers, FTM Fucker, etc. but I like watching people have sex live more than watching porn. I’d rather watch other super lush media (Action and science fiction movies, Westworld, Planet Earth, Chef’s Table, etc.) for cinematic inspiration. I love seeing pornography that’s unexpected – whether it makes me cringe or laugh or get hard, to me seeing something new is the most exciting thing. I also love seeing work that has staying power – where I find myself thinking about it again and again.

Xplastic: How pornography can contribute positively to society?

Parts: We believe that visibility of real and diverse bodies having enthusiastically consensual experiences is a positive thing we can contribute to society.  And offering ethical porn to people at an affordable price.
Ginny: Watching porn when I was young gave me access to parts of my desire that would have been totally ignored or suppressed otherwise. I think that porn can help people access their desire and develop a deeper self-love and self-knowledge. Porn must be ethically produced, as Parts says, in order to be considered a positive contribution.
Mahx: I also think that porn has the power to validate individuals – I think it’s a way of saying that there’s no wrong way to have a body, or a heart, or an orgasm. That we’re all human animals, and we just want to fuck and survive and love and be loved. I think that queer porn especially has power as a way to fight for people who are devalued or oppressed by larger society – it’s a way to say that just tolerating someone’s difference isn’t enough – instead we’re going to fight for their joy, for their fully complicated lush humanity. It’s a way of connecting, of opening yourself to someone else’s intimacy and vulnerability and power.

Xplastic: Where did the name Aorta Films come from?

Mahx: There’s a poster in my room of a heart, and all the parts are labeled. I looked at it one day and it just clicked – AORTA! I like that it’s like going for the jugular–it feels powerful and full of life!

Xplastic: What is aorta’s business model?

Mahx: We run as a subscription model through Patreon, where backers can pay $9/month to get full access to our site. We also have a few individual supporters who allow us to work on bigger projects and take risks, and are always excited to meet folks who want to help bring our work to life. We’re very DIY and scrappy.

Xplastic: What do you know about Brazil?
Parts:
I know a few very creative Brazilians.
Ginny:
I’ve never been, but imagine a really beautiful, varied landscape and an intense/vibrant art scene.
Mahx:
It’s one of my goals for next year to learn Portuguese! My aunt and uncle spend a lot of time in Brazil as part of their church, and their stories and photos from their time there are amazing. From what I know of the porn scene in Brazil, it seems inventive and exciting. We’ve been happy to get to know the scene a little better through being in touch with you!