O fotógrafo Alex Korolkovas tem mais do que uma quedinha por fotografar lindas mulheres. Paulistano de São Caetano, nascido em 1969 (hum, ok), Korolkovas transformou em profissão o sonho de muito marmanjo: passar o dia entre peitos, bundas e bocetas desnudas.
Ok, o trabalho dele não se limita a isso. Com uma carreira coloridíssima que começou na Califórnia em 1992 e inclui editoriais de moda, campanhas publicitárias. Ex-assistente de grandes nomes da fotografia, entre eles Earl Miller, Alex Korolkovas é o criador do workshop de Fotografia para Pervertidos.
Entenda melhor os princípios da fotografia erótica e o que faz um bom fotógrafo erótico na entrevista.
Quando soube que era um pervertido?
Desde muito cedo meus hormônios já começaram a me fazer interessar por sexo e tudo relacionado. Sou de escorpião, ou seja, fui concebido no calor do carnaval. Com 10 anos já me acabava de masturbar com revistas pornográficas e fazia campeonato de punheta com amigos da escola.
Quem são os fotógrafos mais pervertidos?
Sem dúvida nenhuma Robert Mapplethorpe está no topo da lista, aliás ele está num patamar sozinho de perversão, um cara que viveu intensamente e fotografou a loucura dos anos 80 em NY culminando com sua morte provocada por AIDS em 89. O que ele fez e fotografou ainda é tabu, tem alguns de seus livros que são difíceis de digerir até para mim. O cara era insano e um gênio ao mesmo tempo. Ninguém vai chocar mais sexualmente do que ele já o fez háquase 30 anos.
>Como surgiu o workshop de fotografia para pervertidos?
Não queria que este fosse apenas mais um workshop de nús e estava procurando fazer algo diferente mais interessante, e encontrei um livro chamado “Photography for Perverts” (do Charles Gatewood). Achei o título muito bom e na realidade me inspirei muito nos tópicos deste para adaptar ao que eu queria fazer no workshop. Acabou saindo daí o nome Fotografia para Pervertidos…tem que ser um pouco pervertido para fotografar mulher pelada.
E o acontece no workshop?
O workshop começa com um bate-papo onde conto um pouco de minha história pessoal, de como vim a ser fotógrafo e fotografar nús, também ouço um pouco da história pessoal de cada um, depois projeto inúmeras fotos, tanto minhas quanto de fotógrafos que eu admiro. É importante ter referências, conto o que aconteceu em cada ensaio, fatos curiosos, como cheguei a certos resultados e comento as fotos de outros fotógrafos que admiro. Depois é camera na mão e uma mulher pelada na frente, 75% do tempo é fotografar, nesta última versão tivemos 4 modelos, duas em cada dia, e todo mundo teve bastante tempo para desenvolver suas fotos com cada uma delas, tanto com luz de estudio quanto com luz natural, sempre com minha supervisão Durante as fotos eu respondo dúvidas e dou sugestões sobre como dirigir as modelos e tirar o melhor delas.
Só pervertidos podem fazer o workshop?
Quem já tem um conhecimento básico ou avançado de fotografia, quem quer ser fotógrafo ou quem quer apenas fotografar por hobby pode fazer o workshop, mas é também para curiosos da imagem sensual com pelo menos uma camera SLR. Tivemos alguns casos de pessoas que nunca fotografaram também mas aí a gente da uma força extra.
Como você comecou a fotografar mulheres nuas?
A primeira mulher que fotografei nua foi minha namorada. Eu tinha 17 anos e curtia fotografar, aí fui para uma praia vazia numa segunda-feira e convenci ela a tirar o biquini. Achei fascinante e não parei mais. Tentava convencer todas as amigas a fazerem o mesmo. Fui morar na California e depois passei a ser assistente do Earl Miller, fotógrafo da Penthouse Americana, tive acesso a várias garotas e fui aprimorando meu olhar.
Como foi trabalhar com Earl Miller?
Foi incrível para um cara tarado como eu. Ele era o top fotógrafo da Penthouse e só fotografava gatas, cada vez que eu chegava em sua casa para carregar o carro com os equipamentos eu conhecia a próxima beldade. Eram na maioria dancarinas, atrizes pornô e até algumas modelos que estavam posando nuas pela primeira vez. Na época, em 2001 e 2002, a industria de revistas masculinas ainda tinha orçamento para grandes ensaios, então a cada dia íamos a uma mansão diferente, Malibu, Berverly Hills, Hollywood, lugares incríveis com mulheres nuas no calor da California.
Houve algum momento realmente embaraçoso nas fotos?
Alguns, afinal estamos fotografando seres humanos antes de tudo. Algumas meninas bebiam para relaxer e acabavam desmaiando no meio do set, outras tinham problemas de gases, e peidavam no meio da foto. A pior situação foi esta garota absolutamente linda porém podre, ela esperava eu me aproximar para fazer a medição de luz e peidava na cara larga, tivemos que parar de fotografar várias vezes para arejar o ambiente.
O que faz um bom ensaio sensual?
Existem vários fatores, mas acho que a interação fotógrafo-modelo é o que faz um ensaio ficar bom, tem que haver um respeito e um profissionalismo por parte de ambos, criar um clima com música, luz boa e deixar rolar.
Qual a diferença entre erótico e sensual?
Não acho que há uma diferença entre erótico e sensual, o erótico é sensual e a sensualidade é erotica, a diferença é quando o erótico passa a ser pornográfico, perde-se a sensualidade e a intenção neste caso é meramente de se fazer algo para a industria da masturbação.
Prefere a sensualidade das pinups ou o estilo explícito e ginecológico da Hustler e da Penthouse?
Eu nunca fui um pornógrafo, apesar de ter sido assistente de um, meu trabalho traz outra visao sobre a sensualidade. Também fotográfo moda, faço retratos, publicidade e mesmo nos meus ensaios sensuais sempre prefiro a beleza e a sensualidade de um estilo mais próximo ao das Pinups.
O que faz uma vagina ser bonita?
O resto da pessoa que tem esta vagina, a vagina é parte de um contexto, já fiz fotos de mulheres com a perna aberta onde a vagina está em primeiro plano que parece uma fotografia de moda. O que a mulher faz e como é retratada faz esta ser bela, uma boa luz e enquadramento ajudam e valorizam até as mais feias das vaginas.
Você fez um ensaio reproduzindo a Valentina de Guido Crepax. De onde vem esta fixação?
Conheci a Valentina através de um grande amigo há mais de 20 anos e desde sempre fui fascinado pelo traço de Guido Crepax, a personagem é extremamente sexy e chic, as histórias, figurinos e locações remetem a sonhos e fantasias. A sexualidade e sensualidade de Valentina estão na flor da pele e seus devaneios e aventuras me fascinam, foi questão de tempo para eu retratar a minha Valentina, trazer ela para a realidade e fazer um trabalho autoral inspirado numa personagem de cartoon erótico. Tenho uma Valentina tatuada no braço direito, esta minha fixação é para a vida toda.
As próximas datas do workshop e os resultados do mesmo podem ser vistos no blog Fotografia Para Pervertidos.