A pornografia é mais antiga do que imaginamos. No século XVIII, Marquês de Sade já escrevia obras consideradas pornográficas, com temáticas sexuais, culto à violência e desejos carnais. Mas somente no final do século XIX é que nasce a pornografia como conhecemos hoje. Quais são as mudanças no pornô que resultaram no que vemos atualmente?
As origens do pornô como conhecemos hoje
A representação do sexo com o objetivo de causar excitação em seu público é uma novidade, uma vez que a pornografia surgiu em resposta à ameaça da democratização da cultura, como sugeriu Lynn Hunt. Juntamente com o surgimento da fotografia e do cinema, o conteúdo erótico foi se apropriando e se tornando cada vez mais popular. Nesse período, as imagens pornô se assemelhavam aos quadros clássicos que representavam mulheres nuas. E com o advento do audiovisual, a pornografia tomou movimento e novas formas.
Houve uma padronização das produções que seguiram a demanda de um mercado de massas. E, a partir disso, a pornografia perde seu sentido transgressor contra estruturas sociais estabelecidas, como a monogamia, sexo matrimonial e “saudável, por exemplo. Ela toma uma posição de mercadoria e o sexo torna-se uma expressão uniformizada de desejos e prazeres.
Todavia, mesmo em seu caráter massivo, a pornografia enquanto obscenidade, ainda tem seu potencial questionador com relação aos valores sexuais, como a virgindade, o pudor, o sexo visando a reprodução e o amor.
Mudanças no pornô -Espetacularização do sexo
Não obstante, há a busca pela espetacularização das coisas. As produções eróticas, que por si só são exageradas diante da ótica social, são ainda mais espalhafatosas. Essas concepções trouxeram para o mercado pornô, juntamente com as estruturas e relações de poder arraigadas na sociedade, uma visão masculina do sexo voltada para o prazer do homem. Dessa forma, a mulher era colocada, na maioria das vezes, como objeto sexual com a finalidade de satisfazer os homens.
Essa construção ainda é muito presente hoje, principalmente no pornô mainstream. Mas, graças às mulheres que questionaram essas produções, bem como buscaram chocar com as restrições impostas, que o pornô feito por mulheres nasceu poderoso e com grande potencial inovador.
Hoje, há uma crescente demanda por conteúdos mais relevantes, com contexto que cria a situação adequada ao sexo, além de uma busca por melhor qualidade nas produções. Isso, acima de tudo, é uma proposta do pornô que as mulheres fazem. As mulheres, agora, estão sobretudo atrás das câmeras, construindo o processo, sendo ativas na produção e não mais apenas sendo submetidas às vontades dos homens.
Tecnologia e as mudanças no pornô
Com a incorporação, cada vez maior de tecnologias no dia a dia das pessoas, novas dinâmicas se estabeleceram. As pessoas estão, cada vez mais, conectadas. E, agora, passam a ser produtoras de conteúdos que são colocados em circulação nas redes. Por conta disso, a indústria pornô enfrenta um de seus mais difíceis obstáculos: a pornografia gratuita. Vídeos amadores e até mesmo mainstream circulam com uma facilidade absurda e todos podem ter acesso.
Mas, mesmo com essas dificuldades que que assolam o mercado pornográfico, há muita inovação! Com as tecnologias, é possível traçar novas formas de excitação, imersão e prazer proporcionados pela indústria adulta. Há projetos de realidade aumentada, novos aplicativos e plataformas para se fazer conteúdo erótico, bem como novas visões do sexo.
Hoje, é possível observar uma gama enorme de produtos voltados ao prazer, como vibradores vinculados ao celular que alteram a intensidade de vibração por aplicativo, por exemplo. Diante disso, é preciso sempre se adequar às novas demandas e criar!
A pornografia está se alterando e está inovando! Diante das mudanças no pornô, o que nunca pode mudar é o sentimento de prazer! Se você gozar, nosso trabalho atingiu o objetivo.