Neste episódio Nicole Puzzi entrevista Caco Idiart, especialista em gamificação. No episódio 19 da quarta temporada de Pornolândia eles conversam sobre a realidade virtual aplicada ao pornô, algumas tecnologias de interação e estímulos, além de falarem sobre o futuro da pornografia diante dos avanços tecnológicos. Uma conversa inovadora que você poderá ler na transcrição a seguir, ou assistir diretamente no Canal Brasil na Globoplay.
Nicole Puzzi:Ele tem uma empresa que desenvolve software e está em contato com as maiores marcas de conteúdo adulto do mundo em projetos de realidade virtual. Vamos conhecer o Caco Idiart, que vai tirar todas as nossa dúvidas sobre tecnologias e como elas irão fetar a nossa vida sexual. E depois, claro, a nossa xgirl.
Como você foi parar aí, Caco Idiart?
Caco Idiart. Gente, o que você tem no olho, dois faróis?
CI: É, pois é, é claro, né?
NP: Me fala dessa história de realidade virtual que tem tudo a ver com sexo. Como é que você foi parar nisso?
CI: Pois é. Eu comecei… Eu trabalho originalmente com investimento em tecnologia, né. Trabalho com games há algum tempo e a gente tem desenvolvido alguns games com realidade virtual. O que é realidade virtual? É um trabalho de imagem mais imersivo, onde tu fica com óculos, normalmente. Tem alguns dispositivos deste que tu pode usar o celular mesmo, em um tipo de carenagem, assim. E a gente pensou muito em como escalar, em como é que vai se escalar esse produto. E falando com vários investidores, de vários lugares, eles acreditam que tem duas formas de escalar. Uma delas é pela educação e a outra é pelo pornô. Então, acabei indo para o lado do pornô.
Realidade virtual e pornografia
NP: Entendi, ficou mais fácil, né. Mais gostoso, né! Olha só, tudo bem, vamos lá. Na prática, como é que isso funciona ou vai funcionar?
CI: Bom, então, assim, a gente está trabalhando com algumas coisas, fazendo alguns testes. A primeira coisa, que é a mais óbvia, é trabalhar com o filme 360, onde tu pode, tu tá dentro da cena e tu pode enxergar qualquer lado. Tu pode acompanhar uma cena, pedaços desta cena e tu pode trabalhar a narrativa para tu ter um acompanhamento dela. Tu vai olhar de acordo com o que está acontecendo.
NP: Fico pensando em uma casal assistindo lá e… Que interessante isso! Ele vai ver tudinho, tudo.
CI: Tu pode aproximar, tu tem sensores de aproximação, tem os sensores de rotação, né.
Realidade aumentada
NP: Tem uma outra coisa parecida com isso que é a realidade aumentada, é isso?
CI: É, a realidade aumentada é um outro processo que se usa. Ultimamente, até já dá para misturar as duas. Tu pode misturar a realidade virtual e aumentada. A realidade aumentada te dá informações além do que tu tem na imagem. Então, tu pode olhar para alguma coisa, pode ser um marcador qualquer, a mão de alguém, por exemplo, pode ser a minha tatuagem, e isso desperta alguma coisa em cima… pode ser uma animação, pode ser alguma informação a mais ou pode despertar algum botão para outro filme.
NP: Mas, se você está vendo uma cena de sexo com essa realidade aumentada, como isso vai mexer com a pessoa? É só com o olhar ou isso afeta também o corpo?
CI: Exatamente. A gente está trabalhando em um projeto agora que trabalha com alguns sensores, que são eletrodos, são eletrodos que te estimulam como se fosse uma massagem ou até mesmo um vibrador. E nossa ideia agora, a gente já está com o protótipo feito, o nosso próximo passo é trabalhar ele como multiplayer, outra pessoa pode controlar as suas sensações.
Os eletrodos de Caco Idiart
NP: Esses eletrodos são aplicados onde? Em qualquer lugar do corpo?
CI: Qualquer lugar do corpo.
NP: Se a pessoa quiser aplicar ali, especificamente…
CI: Pode, pode. A gente está trabalhando com dois tipos: um de vibração e um de impulsos elétricos para determinadas áreas, porque os órgãos genitais são diferentes e tem estímulos diferentes. Para a mulher, os pulsos elétricos são mais importantes e para o homem é mais importante a vibração.
NP: É curioso. Você teve que fazer um estudo grande para isso, né?
CI: A gente tem que entender bastante anatomia para isso, né.
Vai, goza!
NP: De anatomia e de tecnologia. Agora, falando dessa história de realidade virtual com sexo, então quer dizer que a pessoa assistindo pode ter orgasmo?
CI: Pode, pode. Ela vai ter até assim, tu tem menos interferência do ambiente. Como tu está imerso, está dentro do óculos, tu consegue ficar mais concentrado.
NP: Me contaram que você se masturbou assistindo no óculos da realidade virtual. Conta isso!
CI: A gente tem que testar, né, o processo.
NP: Aí, safado, olha a desculpa.
CI: Tem que testar sempre, né. Então a gente está começando a trabalhar alguns filmes, algumas cenas pequenas para entender como é que vai ser o processo que excita mais, como é que funciona.
A tecnologia e o contato físico
NP: Essa tecnologia toda, você acho que isso não vai afastar o contato físico entre as pessoas?
CI: É, pois é. Esse é um grande dilema que a gente tem no mundo atual, né. Se a tecnologia que está afastando as pessoas ou se as pessoas querem se afastar do meio por vários motivos. Não sei se vai mudar. Eu acho que quem é viciado, como tem gente viciada em internet hoje que acaba se afastando, vai continuar sendo viciado. Eu acho que não tem nenhum tipo de estímulo a mais. Acho até que pode estimular as pessoas a tentar ir para rua para tentar realizar o que eles estão fazendo, porque fica mais real.
NP: Eu acho que, de repente, a dois uma experiência com a realidade virtual pode excitar. E começa ali na realidade virtual e termina na cama. Na realidade real.
CI: Tem uns testes que a gente fez colocando um filme e fazer uma pessoa real fazer os mesmo movimentos que se estava fazendo no filme. Funciona bem, a galera gosta em geral e pode ir para o rala e rola depois.
NP: Não é, menino? Eu gosto muito do contato, mais real, né. Mas eu acho que é uma coisa que vale à pena experimentar.
CI: Eu também acho!
O futuro segundo Caco Idiart
NP: Agora eu fiquei aqui pensando, daqui a 50 anos, como vai ser o mercado do sexo?
CI: Pois é. Na verdade, acho que daqui 50 anos é bem difícil de a gente saber, né. Porque, hoje a tecnologia muda muito rápido, né. E qualquer coisa de entretenimento vai mudar de acordo com a tecnologia. A gente não sabe bem, a gente tenta entender que a realidade virtual é um caminho bem possível para o futuro. Mas já se fala em outras coisas, como chips implantados que vão te dar sensações, já direto ligado ao córtex.
NP: Aí, a pessoa vai sair “ui, ui”, um orgasmo a cada minuto.
CI: E tu vai botar um programa que tu vai colocar “ah, eu quero gozar desse jeito, quero ter esse tipo de sensação”. Isso é uma das coisas que se fala. Talvez seja o próximo estágio da realidade virtual, porque tu tá criando uma realidade alternativa.
NP: É meio estranho, né?
CI: É, é meio estranho. Mas, hoje, como a gente tem coisas, aparentemente, tradicionais que ganharam tecnologia, como as bonecas infláveis, que hoje tem aquelas bonecas de silicone, são quentinhas e falam algumas coisas e custam 20 mil dólares e tem gente que praticamente casam com elas. Tem uma galera que coloca sentada no sofá, fala com ela, usa para suprir as carências de solidão. Eu acho que a gente vai ter… de a gente se cercar destas tecnologias para ser menos solitário.
Encontre Idiart
NP: Agora, como a gente faz para te encontrar e ter mais informações sobre isso?
CI: Bom, pode me mandar um email é [email protected].
NP: Olha, Idiart, eu te agradeço muito a sua participação, viu!
CI: Eu que agradeço.
NP: Gostei! Estou bastante curiosa. O sexo do futuro!
CI: É! Parte dele, né.
NP: Eu acho que é uma coisa inovadora, muito interessante. Eu nunca tinha ouvido falar de realidade virtual aplicada ao sexo. Gostei!
CI: Obrigado!
NP: Agora, nós vamos para a nossa xgirl, a real!
A nossa Xgirl
E o programa terminou com a maravilhosa Xgirl Fernandinha Fernandes, uma loira malhada e tatuada, que ficou nua em um ensaio sensual que mostra seu estilo hard de qualidade.