O projeto “My Boy Toys” foi o assunto retratado no episódio 10 da temporada 4 de Pornolândia. Nicole Puzzi conversou com fotógrafa Lud Lower sobre empoderamento feminino, fotografia e a sexualidade por meio das imagens. Uma conversa animada que você poderá ler na transcrição a seguir, ou assistir diretamente no Canal Brasil na Globoplay.
Nicole Puzzi: Ela decidiu mostrar para as mulheres o que as mulheres gostam de ver: homens gostosos! Lud é a criadora do projeto “My Boy Toys”, no qual ela não só fotografa homens lindos, como também interage com eles com lambidas, apertões e passadas de mão muito ousadas! E depois de todos esses boys, temos a nossa gostosa xgirl para encerrar a noite.
Rindo de nervoso
Lud Lower, você começa a entrevista rindo?
Ld Lower: Já!
NP: Você é tímida?
Lud Lower: Sou, muito!
NP: Mas você está rindo!!!
LL: É, mas é nervoso!
NP: Mas não tem nervoso na hora de fotografar os machos né?
LL: Só um pouquinho.
NP: Só um pouquinho?
LL: É, depois passa!
NP: Só no início?
LL: Só no início!
Cápsula do tempo
NP: Me fala: cápsula do tempo! Você tem uma cápsula do tempo e você vai colocar nessa cápsula do tempo todo o seu trabalho para daqui a 100 anos. Como você explicaria para as pessoas esse trabalho?
LL: Eu acho que eu explicaria uma época de empoderamento feminino muito forte que a gente está vivendo aqui no Brasil principalmente. Esse ano de 2016 para cá foi um estouro. As mulheres se empoderando, mostrando mais os seus desejos sexuais, mostrando que a mulher também pensa em sexo como os homens, e que a gente não é menos por isso. E eu acho que eu explicaria nessa forma de empoderamento mesmo, mostrando que sim, nós podemos também, não tem nada de errado.
NP: Nós estamos na igualdade, acho que estamos no caminho da igualdade masculina. Mas de uma maneira extremamente positiva.
Empoderamento feminino e o “My boy toys”
LL: Sim, sim. A gente passou muito tempo, as mulheres sempre foram reprimidas no sexo e na sexualidade, sendo que tem muitas mulheres que nem se conhecem porque têm vergonha de explorar seu próprio corpo. Eu acho que com o meu projeto eu trago muito isso assim, mostro também que as meninas não têm que ter vergonha de olhar o cara e falar “pô, que gostoso, que lindo” e pensar “nossa, eu queria esse homem comigo”.
NP: Então, todo esse processo seu de consciência da postura feminina levou você até esse projeto?
LL: Isso! Foi. Na verdade, eu casei muito cedo, com 19 anos com meu primeiro namorado. E eu vivi assim, de certa forma, eu não sabia que estava vivendo um relacionamento um pouco abusivo assim. E eu fui descobrir depois quando eu tive contato com outras pessoas, porque eu fiquei praticamente 5 anos sem contato com ninguém, só com a minha família. Eu não tinha amigos, eu não saía, nada! E eu sentia muita falata daquilo, porque eu sempre fui de sair, desde meus 14 anos meu pais me levava na Augusta. Ele me deixava lá e depois me buscava. Eu sempre saí e sempre conheci muita gente. E depois que eu me vi presa assim, de alguma forma eu queria, eu precisava colocar para fora tudo o que eu estava sentindo.
NP: Ele não te deixava sair, ele cortava a sua vida?
LL: Sim!
Saindo de uma fria
NP: E como você saiu disso?
LL: Então, dois anos antes de eu terminar o meu relacionamento, eu parei e falei “vou mudar, vou correr atrás dos meus sonhos” que foi quando eu me engajei mais na fotografia. Comecei a correr e certas coisas ele me apoiava e outras não. E essa independência que eu fui criando foi afastando ele cada vez mais. Quando ele viu que não podia mais me prender, aí acabou totalmente o relacionamento.
A beleza segundo as lentes de Lud
NP: E você sentir atração pela pessoa que você está gravando ou fotografando faz parte, você acha que é fundamental para o resultado do seu trabalho?
LL: Você diz atração sexual?
NP: É. Qualquer atração.
LL: Porque assim, lógico que eu acho todos os meninos que eu fotografo lindos, inclusive é um critério do projeto. Não dito padrões de corpo, nada, mas assim, a pessoa tem que ser bonita, tem que ter uma fotogenia boa para o projeto. Porque, não adianta, às vezes, chamar uma pessoa maravilhosa só que na frente da câmera ela não consegue. Então, eu acho todos lindos. Beleza para mim, depois que eu entrei na fotografia, se tornou algo muito diferente do que eu tinha antes para mim. Eu acho que cada pessoa tem algo bonito. Se você explorar, você sempre vai conseguir, não importa quem seja. Sempre vai ter um ângulo, uma luz que vai favorecer e trazer aquilo da pessoa. E tem o jeito também, os trejeitos. Acho que a beleza física não é só o físico, tem muito mais do que isso!
NP: Tem muito mais do que isso! Eu sempre me apaixonei pela pessoa, pelo ser humano. Já namorei tanto homem feio!
LL: Eu trago muito isso no meu projeto. E eu vejo que até as meninas que conhecem, os primeiros meninos foram meus amigos, elas falam “pô, onde você arruma esses homens?”. Gente, homem normal! Quantas vezes você não foi em uma balada e aquele cara trabalha lá e você nunca viu ele.
O Público de “My boy toys”
NP: E tem um perfil das pessoas que gostam do seu trabalho? Porque eu percebi que o seu trabalho ou é amado ou odiado!
LL: Então, é que eu não acompanho muito as críticas assim. Quando sai..
NP: Você não está se lixando para a crítica! Mas tem um perfil?
LL: É! Hoje em dia, eu ouço mais a minha mãe e ao meu pai, o que eles têm a me dizer. De resto, eu absorvo o que é bom. O perfil de quem gosta é muito aberto. Você vai ver meninas de todos os estilos, posicionamentos políticos, desde o sertanejo ao punk, patricinha, a menina mais maloqueira como eu, skatista, tudo.
NP: Você não é maloqueira, para com isso!
LL: Só um pouquinho! Meu pai que me chama de maloqueira. Então, assim, sobre quem gosta, é um perfil muito amplo. Homens também gostam, muitos homens seguem, adora. Tanto homossexuais, quanto heterossexuais. Não porque eles gostam da foto dos caras, mas eles gostam de ver a interação comigo. Acho isso muito legal, porque quebra outra barreira, que é muito difícil um homem gostar de um trabalho com outro homem. Eles têm muito de “vão achar que sou isso ou aquilo”. Agora, de quem não gosta, geralmente são caras muito machistas. Eles falam “se fosse ao contrário, o cara já estava preso, se fosse um homem fazendo isso com uma mulher é isso e aquilo”.
NP: Depende! Se a mulher desse autorização, se elas assinassem toda a documentação que você passa…
LL: Eles me… Já chegou uma época que eu saí em um site e tal, e eles começaram a me comparar com fotógrafos que estupravam as meninas no ensaio. Eu falei “gente, calma! Totalmente diferente”. A maioria são pessoas bem machistas mesmo.
Como fazer parte de “My boy toys”
NP: Mal resolvidas! E se algum homem que está assistindo a gente aqui, se quiser fazer parte do seu projeto… Magina, vai ter um monte querendo participar do seu projeto, ó o mulherão! Como que faz para te encontrar? Ele quer ser seu modelo, como ele faz?
LL: Então, hoje eu estou com o Instagram, o @myboytoys. No geral, é só mandar uma Dm lá, um direct no insta que eu sempre estou vendo. Não sou eu mais que escolho os modelos. Eu tirei meu cavalinho da chuva depois de muita briga assim. Então, eu tenho um grupo de amigas que os meninos mandam email, elas avaliam se vale a pena para o projeto ou não, se já tem alguém muito daquele perfil ou não. A gente sempre tenta pegar umas pessoas mais diferentes umas das outras. Para me encontrar tem o meu site que é www.ludlower.com.br e o instagram que é @ludlower . E tem o Instagram do projeto que é o my boy toys.
NP: Perfeito! Adorei você!
LL: Muito obrigada!
NP: Obrigada! Eu que agradeço você estar aqui! Muita sorte e muito suucesso!
LL: Obrigada!
NP: Já é um sucesso! E agora, nós vamos ver uma maravilhosa e também poderosa, a nossa xgirl.
A nossa Xgirl
E este episódio termina com a maliciosa Xgirl Nay Gestemberger, uma loira muito gostosa que ficou nua em um ensaio que mostra que a tranquilidade dela vai tirar a sua paz!
