Neste episódio Nicole Puzzi entrevista Dread Hot e Alemão, um casal da geração Z que faz vídeos pornô caseiros. No episódio 4 da quinta temporada de Pornolândia eles conversam sobre como eles começaram essa carreira, sobre ciúme, aceitação da família e até sobre sexo fora das câmeras. Uma conversa jovem e divertida que você poderá ler na transcrição a seguir, ou assistir diretamente no Canal Brasil na Globoplay.
Nicole Puzzi: Eles são um casal lindo, nasceram nos anos 90 e estão virando o mercado adulto de cabeça pra baixo. Hoje vamos conversar com a Dread Hot e o Alemão sobre exibicionismo, pornografia e companheirismo. E para não fugir do assunto, a xgirl de hoje vai ser a própria Dread Hot.
Geração Z
Pergunta indiscreta: em que ano vocês nasceram?
Dread Hot: Eu nasci em 1993.
Alemão: Eu nasci em 1991.
NP: Ah, mas que bonitinho, é um nenenzinho… E há quanto tempo vocês estão casados?
Dread Hot: Há dois anos.
Alemão: É, dois anos, dois anos.
NP: Vocês nasceram conectados. Vocês nasceram e já tinha computador, tudo, né?
DH: Já nasci com o celular na mão.
NP: É, já nasceu com o celular na mão. “Mamãe, que é isso? é um celular”. É interessante, porque vocês cresceram nas redes sociais.
DH: Sim.
AL: Basicamente sim, né. Na idade que já tinha pra entrar… aí já tinha acesso a tudo.
Mercado pornográfico
NP: O que é que vocês fazem no mercado adulto?
DH: Atualmente, a gente atua como camgirl e camboy. E a gente faz uns vídeos pornôs e umas fotos também. Os vídeos são amadores e as fotos são profissionais, aí a gente vende assim, independente. Aí a gente começou agora com os vídeos profissionais também.
NP: E sempre vocês dois, não tem outras pessoas?
AL: Então, até tem assim. Ela faz outras cenas, mas só cena homo, sem cena hétero. Só com outras meninas mesmo.
NP: Ah, você não deixa ela fazer com outro homem. Ah, então…
AL: Tem um ciuminho.
E o ciúme?
NP: Tem um ciuminho. E no dia a dia? Esse ciúme vai pro dia a dia ou não?
DH: Ah, não, porque a gente trabalha… assim, a maior parte da nossa vida assim, da nossa rotina de trabalho mesmo é dentro de casa, então…
NP: É o dia a dia de vocês.
DH: É, a gente…
AL: A gente acorda e fala “o que vamos fazer hoje?”, “ah, vamos entrar na câmera hoje e tal”, aí a gente grava um vídeo, deixa ali meio pronto pra postar.
DH: Aí faz umas fotos na rua, ou em casa ou em algum…
O casal no pornô
NP: Então, quando eu comecei com a pronochanchada, que foi nos anos 70, eu comecei porque eu achava que tinha uma coisa de marginalidade, porque era contestação. Quero saber como é que vocês começaram e se tinha alguma ideologia. Como é que foi?
DH: Então, antes de eu entrar pro mundo pornô, eu trabalhava em uma agência de publicidade. Eu sou formada em publicidade.
AL: Eu trabalhava com gastronomia.
DH: Em um dia normal, eu tava trabalhando, lá na agência de publicidade, e uma amiga minha começou a me falar o que ela fazia e ela falou sobre camgirl. Eu nunca tinha escutado, eu não sabia o que era. Eu nunca fui procurar coisas assim, online assim, sei lá. Aí eu me interessei, pensei “puts, que legal”. Eu já estava com ele, aí cheguei em casa, já falei, nossa, já contei a situação.
AL: “Fiquei sabendo de um negócio aí, vamos fazer um teste aí”.
DH: Aí ele olhou assim “ah, mas como funciona isso aí?”. Aí eu expliquei né e tal, mostrei o site que a gente se transmite e ele falou “pô, demorou, se… vamos começar”
AL: Sim, a gravar junto, né, ver o que que dá.
DH: Vamos ver no que vai dar. Se um sentir ciúme a gente para. Mas aí não rolou ciúmes, não rolou nada.
Cena com outros atores
NP: Mas o ciuminho dele é só com outro homem, então?
DH: É.
AL: Mas ela tem também.
DH: Ele nem gosta de ver eu pegando outras minas, né. Nem gosta…
NP: Você tem ciúmes dele em quê?
DH: É, ele não faz filmes com outras garotas também, né. Com homens eu deixo, por exemplo.
NP: Ah, com homem pode?
DH: Pode, mas ele não quer, então…
NP: Ah, você não faz?
DH: Com homem, não.
AL: Ah, não faço.
NP: Só hétero então?
AL: Não. Só hétero. Com ela, né, porque né. Devido a essas condições, a gente só faz junto, né, cena hétero. Mas aí ela tem essa oportunidade de fazer cena homo. É tipo um extra pra ela assim.
NP: Ah, pra você também, né?
DH: Ah, até parece que ele não curte ver.
AL: Depende do ponto de vista…
Sexo fora de cena
NP: Agora, a hora que vocês vão dormir mesmo… dormir, tá em casa e vai dormir, rola sexo? Entre vocês dois, sem câmera, sem nada?
DH: Rola.
AL: Rola, rola.
NP: Ainda rola então? Vocês fazem muito sexo?
DH: Rola, né, mas é claro que é mais raro, né, porque a gente já faz…
AL: Ah, por exemplo, um dia que é mais puxado, um dia puxado assim, sexualmente falando, se tem gravação, né.
DH: É.
AL: Mas às vezes acontece né, de a gente estar separado, aí ela faz uma coisa…
DH: Ah, tem vezes que a gente nem tá… a gente tirou dia de folga, aí vai tomar uma cerveja aí acaba que né… nem só por isso, né…
NP: Então a vida sexual de vocês até melhorou.
AL: Muito.
DH: Muito. Nossa, melhorou muito.
AL: E aumentou a frequência e a qualidade…
DH: Muito.
Independentes
NP: Vocês têm agente? Vocês trabalham com agente ou vocês mesmos que se solucionam?
AL: Como a gente faz as coisas mais independentes também…
DH: Assim, ele faz mais a área de produção, tipo câmera, foto, essas coisas, vídeo ele que se preocupa. E também essas coisas de contato, email, ele que responde…
AL: Redes sociais, divulgar o trabalho…
DH: Tipo assim, postagem ele que faz. Aí eu fico mais no… em fazer a coisa mesmo
AL: em fazer a atuação, né, o…
A família
NP: Agora um curiosidade também, e a família de vocês?
DH: Então, eu demorei muito pra falar pra minha mãe. Eu só fui mesmo falar pra ela quando tava, tipo, muita gente que a gente conhecia junto já tava sabendo. Aí eu falei “não, vai chegar no ouvido dela. Certeza que vai chegar no ouvido dela, certeza”. Aí não, vou falar. Aí ela ficou louca, a gente ficou uns três meses sem se falar. Meu, foi foda.
AL: Foi complicado…
DH: Aí nossa, minha avó… eu fui criada pela minha avó. Nossa, minha vó… foi foda também, até hoje. Mas ela….
NP: aceitava né?
DH: Não, então, hoje em dia elas super falam comigo, até minha vó entende. Ela não gosta, mas entende, conversa. Esses dias até, essa semana, a gente sentou na mesa do almoço e falou sobre isso abertamente assim. Aí eu falei “nossa, não acredito”. Saí mó feliz de lá.
NP: A família de homem é mais fácil…
AL: Eu contei pra minha mãe, ela ficou meio surpresa assim, mas… ela não se interessa em procurar pra ver também, então… “Você tá feliz? Tá fazendo o que tu gosta?”.
DH: Ah, a mãe dele é tipo… (faz um coração com as mãos), um amorzinho
AL: Agora meu pai tipo, pff… pra homem é de boa mesmo… né, “é o orgulho do papai”, né, tipo um negócio assim, né.
A rentabilidade do pornô
NP: E ganha legal? Tá ganhando legal? Tá valendo a pena financeiramente?
AL: Sim, é legal. Dá pra eu viver, guardar dinheiro…
DH: Viajar.
AL: Fazer tudo.
NP: Que bom, que bom. E nas redes sociais? Porque tem muito ódio hoje. Vocês já enfrentaram alguma coisa, algum episódio de ódio ou preconceito?
DH: Assim… já. Né?
AL: Ah, sim, muito mais ela, né. Muitos comentários escrotos, machistas…
DH: Quando a galera da cidade da minha mãe descobriu, já ligaram pra minha mãe na casa dela, na casa da minha avó, mandando mensagem direto nas redes sociais me xingando, não sei o quê.
AL: Xingando ela de tudo quanto era nome…
DH: Várias ameaças assim. Ainda bem que já passou. Eu na época também ficava mais encanada. Hoje em dia eu nem… pff
Encontre a Dread Hot e o Alemão
NP: Vocês estão no instagram como?
DH: Então, meu Instagram que é QG da Dread, que é o mesmo do meu Youtube, né, porque eu comecei um canal lá. E o dele…
AL: O meu é PH By Alemão
DH: Que é de foto.
AL: É pra foto. Eu não tenho perfil assim que é de apresentar, né. Só em outras redes assim que eu me apresento, mas eu não tenho rede social disso. Então, só de fotografia.
NP: Gente, eu quero agradecer muito muito a presença de vocês, tá?
AL: Pelo amor de deus, a gente que agradece. Foi ótimo o bate papo.
DH: Tô muito feliz de estar aqui, muito obrigada pelo convite.
NP: Ah, eu to muito feliz…
DH: Ah, eu vou te chamar, viu, pro meu canal pra fazer entrevista também.
NP: Ai, chama. Pode chamar ai… Ah, meninas, né. Ah, que casal lindo. E agora uma surpresa pra vocês: a nossa xgirl de hoje é essa linda que tá aqui, a Dread Hot.
A nossa Xgirl
E o programa terminou com a xgirl Dread Hot, uma morena zen, mas que na cama é uma tempestade. Ela ficou nua em um ensaio em seu próprio ateliê: seu quarto.