Dia 29 de agosto é o dia da visibilidade lésbica. Diante desta data, viemos homenagear todas as mulheres lésbicas que marcaram a história com sua força, criatividade e garra.
Mas, qual a importância de falar disso? Bem, em uma história contada por homens, sobre grandes feitos de homens e vitórias de homens não fala das grandes mulheres. E é por isso que pouca gente conhece ou fala delas.
Vamos conhecer algumas mulheres lésbicas que marcaram a história!
Gladys Bentley
Gladys Bentley foi uma cantora de blues lésbica pioneira em romper com estereótipos de gênero. Ela se apresentava nos palcos como Drag King e foi um dos grandes nomes do Harlem Renaissance, um movimento cultural conhecido como “Novo Movimento Negro” que se estendeu pela década de 1920 nos Estados Unidos.
Ruth Ellis
Ruth Ellis assumiu sua sexualidade aos 16 anos e viveu longas décadas, mais precisamente durante 100 anos, e se tornou a mais velha mulher lésbica ativista pelos direitos LGBT+.
Aos 30 anos, Ellis conheceu Celine com quem se mudou para Detroit, local onde fundaram uma gráfica. Neste processo, Ruth se tornou a primeira mulher a ter um negócio próprio naquela região.
Além disso, a casa onde morava com Celine se tornou um ponto de encontro e acolhimento de pessoas LGBT+.
Audre Lorde
Escritora, negra, feminista, filha de caribenhos que moravam nos EUA e lésbica. Audre Lorde era uma ativista pelos direitos civis nos Estados Unidos, lutou contra o racismo e à opressão.
Foi também uma das pioneiras do conceito de Feminismo Interseccional, que traz à tona as diferentes demandas das mulheres baseadas nas distinções de cor e classe social.
Florence Nightingale
No século XIX, Florence Nightingale ficou famosa por ser pioneira no tratamento de soldados feridos na Guerra da Crimeia (1853-1856). Ela foi uma enfermeira, estatística, reformadora social e escritora britânica. Ela é considerada fundadora da enfermagem moderna e criou diversos métodos, como o modelo biomédico inspirado na ação dos médicos da época.
Nightingale lançou as bases da formação da enfermagem com a criação da escola Hospital St. Thomas de Londres, a primeira escola secular de enfermagem. Fora suas contribuições estatísticas, uso dos infográficos e estudos sobre religião e misticismo.
Florence era uma mulher lésbica e não via problema algum em revelar sua sexualidade, mesmo que naquela época o mundo fosse um tanto mais conservador.
Sally Ride
A astronauta Sally Ride foi a primeira mulher estadunidense a ir ao espaço. Sally, uma mulher lésbica e cientista, orbitou o planeta Terra em 18 de junho de 1983 com a nave Challenger da Nasa.
A física se tornou sócia de sua parceira Tam O’Shaughnessy em uma Organização sem fins lucrativos, a Sally Ride Science, que tinha por objetivo incentivar crianças a se inserirem no ambiente científico.
Marielle Franco
Marielle se tornou um grande símbolo de resistência para o mundo! Mulher negra, lésbica e periférica que estudou sociologia e se tornou uma importante figura política brasileira. Formada em sociologia e mestre em Administração Pública, Marielle foi eleita vereadora no Rio de Janeiro em 2016 pelo PSOL.
Franco foi uma importante representante dos grupos sociais vulneráveis, presidiu a Comissão da Mulher da Câmara, defendeu as causas LGBT+ e também os direitos humanos.
Marielle foi morta no dia 14 de março de 2018 junto do motorista Anderson Gomes. Eles saíam de um evento realizado na Casa das Pretas, um espaço coletivo de mulheres negras localizado na Lapa. 13 disparos e histórias interrompidas.
Jane Addams
Jane ficou conhecida como “a mãe do trabalho social”. Ela foi uma importante ativista, assistente social, feminista, estudiosa das ciências sociais e lésbica.
Addams foi uma importante figura do movimento sufragista americano. Além disso, auxiliou o governo dos EUA a reunir esforços para cuidar das questões de saúde pública, paz mundial, necessidades maternas e de crianças pequenas.
Ficou conhecida também por ser a primeira mulher a se posicionar como filósofa no país. Jane co-fundou, em 1889, a Hull House (casa de abrigo para ativistas sociais e culturais) e, mais tarde, a União Americana pelas Liberdades Civis. Em 1931, foi a primeira mulher a receber um Nobel da paz por seu trabalho social.
É só o começo
Essas são as mulheres lésbicas que mudaram, cada uma à sua maneira, as histórias deste vasto mundo que tem muito a aprender. Figuras femininas, portanto, que não se contentaram em ficar às sombras das rédeas sociais que previam uma submissão com relação aos homens.
Mulheres que colavam velcro, as chanas com chanas, mulheres que gostavam de outras mulheres. Essa foi uma seleção de figuras ilustres e importantes da história para provar o poder feminino!
E esse é só o começo das grandes mudanças que ainda vão acontecer nesta nossa história maluca!